Qual o objetivo de encarcerar alguém num ambiente insalubre, superlotado e sem a menor condição de ressocialização? Para que serve a prisão? Ou para que deveria servir? Castigo ou ressocialização?
Ao trancafiar os pequenos bandidos como bichos, não estamos dando um tiro no pé, transformando-os em grandes bandidos? Não será prejudicial mais tarde para a própria sociedade ter de acolher um indivíduo piorado?
Para o membro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça e membro da diretoria da Associação dos Magistrados dos Paraná (Amapar), o desembargador José Laurindo de Souza Netto, vivemos uma barbárie institucionalizada.
“O preso é tratado como na idade da pedra, o que contribui para um círculo vicioso. Ainda estamos com os grilhões”, opina.
Souza Netto defende a incrementação da utilização de medidas alternativas. “Em certos crimes é necessário o tratamento prisional, mas para tantos outros não. Precisamos de reabilitação social para que não haja mais pratica do crime. A política criminal passa por uma transformação”, diz.
Veja na edição deste domingo a situação das unidades prisionais no estado do Paraná. Na segunda-feira, a reportagem continua ao mostrar as falhas do sistema judiciário e penitenciário no estado.