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Por: Ana Biselli e Rodrigo Junqueira

Começamos a semana passada indo visitar um parque no interior do Suriname, região de mata amazônica e fauna bem variada. De lá retornamos à Paramaribo para pegar o avião em direção ao Caribe, quase um ano depois do nosso primeiro tour pelas ilhas da região. Dessa vez, iniciamos o giro por Trinidad e Tobago, um dos mais interessantes países do Caribe, enquanto a Fiona, nossa camionete, ficou nos aguardando em Paramaribo.

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A Reserva Natural de Brownsberg fica a cerca de 100 km ao sul de Paramaribo. Ao contrário da estrada que pegamos da fronteira da Guiana Francesa, esta é muito bem conservada e chegamos rapidamente ao parque. Ali podemos fazer várias trilhas pela floresta, algumas levando a rios com piscinas ou cachoeiras e outras levando a mirantes com belas vistas para a maior represa do país, responsável pela geração de toda a energia consumida na capital Paramaribo.

Dois dias de trilhas depois retornamos a Paramaribo para pegar o avião para Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago. Trinidad, uma das maiores ilhas da região do Caribe, foi colonizada inicialmente pelos espanhóis, mas foi tomada pelos ingleses no final do século 18. Foi só na década de 60 que as ilhas conseguiram sua independência e hoje o inglês é a sua língua oficial.

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Começamos a explorar a ilha pela sua capital, uma cidade que se orgulha de ter o carnaval mais animado de todo o Caribe. Infelizmente, chegamos com uma semana de atraso para essa festa que atrai gente de todo o mundo, que vem para cá para dançar ao som de Calypso e Soca, as músicas locais. O mais interessante é a enorme confusão de raças que há por aqui. Quase um terço da população descende dos escravos africanos trazidos para as plantações de cana-de-açúcar e cacau.

Outro terço descende dos indianos, que vieram exatamente para substituir a mão de obra negra, quando a escravatura foi abolida. O outro terço se divide entre imigrantes sírios, chineses, da Córsega e de descendentes de espanhóis e ingleses da época colonial. Uma mistura e tanto!
Depois de vista à capital, fizemos um longo passeio pela ilha, visitando algumas de suas mais famosas atrações. A mais estranha delas é um lago natural de piche, no sul da ilha. O Pitch Lake continua jorrando e o piche de lá foi exportado para a China para que se fizesse toda a infraestrutura das Olimpíadas de Pequim. Ao ritmo da exploração atual, o lago ainda deve durar 400 anos, então ainda há bastante tempo para se visitar essa maravilha da natureza! De lá seguimos para dois santuários dedicados à proteção dos pássaros. O primeiro foi construído bem no meio de uma refinaria de petróleo, ainda na década de 60. Quem diria que, naquela época, já havia gente querendo proteger o ambiente? É de tirar o chapéu! O outro é o pântano formado pelo rio Caroni. Ali assistimos ao mais belo show da vida selvagem neste nosso primeiro ano de viagem: a revoada de milhares de guarás vermelhos que, ao fim da tarde, se reuniam para dormir nas árvores-dormitório. Foi incrível!

Depois de um dia emocionante, resolvemos passar nosso domingo descansando na praia mais famosa de Trinidad, a Maracas Bay. Mesmo num dia nublado, o mar caribenho é muito bonito. Diferente mesmo são as pessoas na praia que, ao invés de jogar futebol ou volei, se divertem com o cricket. Afinal, este é o esporte nacional! Para nós, brasileiros, que não entendemos muito das regras, só nos resta assistir, matando a fome com uma iguaria local, o bake and shark, uma espécie de sanduíche de tubarão empanado. Uma delícia!

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Na próxima semana, continuaremos explorando a ilha de Trinidad e, em seguida, rumaremos para a pequena Tobago, famosa por suas praias idílicas com águas cristalinas e seus ótimos pontos de mergulho em corais e naufrágios.

Acompanhe a viagem de Ana Biselli e Rodrigo Junqueira semanalmente em nosso blog. Também acesse o site dos aventureiros: www.mildias.com.