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por Rodrigo Junqueira e Ana Biselli

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A Costa Rica possui uma diversidade imensa em seu pequeno território: vulcões, florestas, montanhas, praias desenvolvidas e intocadas, de águas tranquilas ou paraísos para surfistas. E aí, como escolher? Nós tentamos sempre diversificar, levando em consideração o caminho que estamos seguindo.

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Zancudo, nosso primeiro destino na Costa Rica, fica no litoral sul, ainda próximo à fronteira com o Panamá. Uma praia imensa de areias negras, mar que varia entre verde e os tons escuros do imenso Rio Coto Colorado que desagua no Golfo Dulce. Os coqueiros e as águas mornas do Pacífico costa-riquenho nos surpreenderam, uma praia pacífica para entrar em harmonia com o maior dos oceanos na terra! A região oferece ainda boas saídas de pesca para os amantes deste esporte. Aqui se encontram uns dois ou três resorts mais requintados especializados no assunto.

Em Zancudo, um lugar que todos nos indicaram conhecer foi a Península de Osa, pouco desenvolvida turisticamente e por isso mesmo um dos principais lugares para observação de vida selvagem no mundo. Bem, pelo menos foi isso que disse a National Geographic quando fez sua reportagem sobre a região. Uma biodiversidade fantástica agrupadas em apenas uma península, o que torna muito mais fácil entrar em contato com todos estes animais. Ali está localizado o Parque Nacional Corcovado, uma reserva indígena e outras reservas naturais que incluem mata, baías e muitas praias. Nós seguimos direto para o Parque Nacional Chirripó, deixando a Península do Osa para a nossa passagem pela Costa Rica no caminho de volta à América do Sul.

O Parque Nacional Chirripó está localizado no coração da Costa Rica e abriga o ponto mais alto do país, Cerro Chirripó com 3.820m de altitude. Uma íngreme trilha sobe dos 1.520m ao abrigo aos 3.400m, em enlameados 14,5 km que atravessam uma linda floresta úmida e vegetações típicas dos páramos de altitude. Do abrigo ao cume são mais 5 km geralmente feitos na madrugada, para ver o nascer do sol no cume. Ao redor do albergue existem 2 picos próximos, Los Crestones e El Ventisqueiro, ambos acima dos 3.700m.

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Há 23 anos é realizada uma corrida nesta trilha no mês de fevereiro. Na última participaram mais de 200 corredores, dentre eles o ‘seo’ Francisco, de 62 anos. Ele participou de todas as edições, sendo o seu recorde para ascensão ao abrigo e descida é de 3 horas e 24 minutos. São 29km, 14,5 subindo e 14,5 descendo ladeiras de terra, pedras, raízes e lama em apenas 3h24!!! O tempo médio realizado pelos turistas é de 8 a 9h apenas para subir.

O caminho a San José é montanhoso e com muitas curvas, uma estrada que exige um pouco de paciência, mas que, com sorte e tempo bom, proporciona muitas paisagens lindas e interessantes. Subimos o Cerro da Morte, chegando a 3.500m, porém, quanto mais subíamos, mais as nuvens e neblina fechavam a nossa visão.

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San José, fundada em 1737, tornou-se a capital costa-riquenha em 1823, sendo uma das mais novas da América Latina. Perde o título apenas para Brasília, fundada em 1960. Hoje é uma grande cidade com mais de 350 mil habitantes e mais de 1,5 milhão de habitantes apenas em sua zona metropolitana. A Plaza de La Cultura é o centro da agitação comercial, em meio a ruas peatonais e estreitas para dezenas de ônibus, táxis e carros, cadeias de fast foods, museus e hotéis. O centro antigo preservou poucos prédios históricos, sendo o Teatro Nacional o que mais se destaca, ao lado do antigo Hotel Colonial e seu delicioso Café Paris.

Seguimos agora para o principal destino turístico dos costa-riquenhos e estrangeiros, a Península de Nicoya. Um daqueles pedaços de paraíso na terra, com cara de Pacífico, mas ainda um paraíso. Cara de Pacífico? Sim, areias escuras, formações rochosas, pedras roladas na beira da praia e boas ondas. O lugar fica ainda mais paradisíaco com suas águas mornas — evento raro para estes lados — e matas virgens colorindo de verde a paisagem da beira da praia, trazendo macacos e iguanas para a cena.

A península, porém tem vários points para os diferentes gostos. Nós, que gostamos sempre de um esquema mais roots, fugimos de Tamarindo, seus resorts e mega infra turística, e fomos direto para as praias do sul, Mal Pais e Santa Teresa. Se tivéssemos tempo iríamos para algo ainda mais aventureiro, como a reserva de Cabo Blanco, para acampar nas praias desertas dessa área de preservação. Resumindo, é aquele lugar que se pode ficar por pelo menos duas semanas explorando bem cada pedacinho que você não vai ficar enjoado.

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Continuamos para o norte, agora em direção à montanha. Nosso destino era Parque Nacional Tenório. O lugar fica em torno de um vulcão inativo do mesmo nome e seu principal atrativo é o Rio Celeste, de águas azuis turquesa, sua cachoeira e uma fonte de águas termais. Na trilha, o cheiro parecido com enxofre prova que o Vulcão Tenório não está assim tão inativo. É o encontro das águas com o sulfato de cobre que forma a reação química que dá a coloração azul do Rio Celeste. Este fenômeno é visto a olhos nus nos Teñideros, onde os rios se encontram e a partir dali correm coloridos. Fantástico!

A Costa Rica possui 25% do seu território protegido por áreas de conservação, sendo 35 parques nacionais, o equivalente a 11% de sua extensão. Assim fica fácil entender como um país tão pequeno pode receber mais de 1,5 milhão de turistas ao ano. Diversidade de destinos, praias, trilhas, pesca, eco-turismo, esportes de aventura e muito mais.

Próxima Semana
Na próxima semana estaremos explorando a Nicarágua, país dos vulcões, lagos e cidades históricas magníficas. A vantagem é que pelo seu histórico de guerrilhas o país ainda não foi abatido pelo boom do turismo de massa. Mais história e muita aventura pela frente!

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