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Assim que percebi que amanheceu nevando, saltei da cama e coloquei as roupas adequadas – luvas, gorro, bota e casaco impermeáveis – e saí correndo do quarto do hotel, ansiosa para colocar os pés (ou as botas!) no gelo. Depois do café, lá fui eu andar pela neve e senti-la caindo no rosto.

A sensação é muito gostosa: os pés afundam, o nariz fica gelado e os flocos grudam no cabelo. Caminhei por uns dez minutos, tirei fotos e observei a paisagem que se formava. Árvores e montanhas cobertas de gelo e um imenso nevoeiro no topo da Cordilheira.

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Depois do primeiro contato, o próximo passo foi se aventurar nos passeios que o resort oferece. Entramos dentro de um carro próprio para neve e seguimos para um local onde ficam os cachorros que puxam o trenó de neve. Como comecou a nevar hoje, não tinha espessura suficiente – mais de 50 cm – para que eles fizessem o passeio, pois suas patas afundariam no gelo.

Porém, isso não impediu a diversão. Os cães – que são uma mistura de husky siberiano com lobo chileno – são lindos, grandes, peludos e muito dóceis. Eles ficam ali, paradinhos, enquanto a neve se esperrama por seus pelos grossos. Encantada, abracei um deles, tirei fotos e observei duas garotinhas, de 6 e 11 anos, que saltavam de um lado para outro tentando entrar no trenó e brincar com eles.

Depois disso, voltamos ao hotel para colocar o que eles chamam de raquetes de neve. São sapatos próprios para a neve, colocados em cima da bota, para andar pelas montanhas sem afundar. Devidamente equipados, demos uma volta em uma montanha pequena próxima ao hotel. No começo pareceu ser um pouco complicado andar com as raquetes. Elas são largas e por isso é preciso se movimentar com as pernas um pouco abertas, para que uma não enrosque na outra.

Pouco depois de quinze minutos de caminhada, fiquei quase sem ar. É delicioso caminhar no gelo, mas requer preparo físico. Durante o passeio não parou de nevar um minuto. Tudo estava totalmente coberto por neve. Os flocos grudavam na roupa, rapidamente derretiam e molhavam tudo, mas nem por isso senti frio no rosto, parte que ficou exposta. Por causa do percurso, deu até um certo calor. Quase no final da montanha, senti muita sede. Como não levei água comigo – está aí uma dica fundamental- não resiti: comi um pouco de neve! Funcionou. Matei minha sede e ainda pude sentir a textura do gelo, que é bem gostosinho.

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Esse passeio durou pouco mais de uma hora. Como as roupas ficaram ensopadas, deixamos para esquiar mais tarde. Segundo os funcionários do resort, não há neve suficiente para esquiar no topo das montanhas, como acontece em julho – que é alta temporada – , mas vai dar para pelo menos sentir o gostinho em uma pequena rampa na base das Cordilehiras.