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Mil dias pelas Américas: do Amapá à Guiana Francesa


Equilibrando-se sobre a Linha do Equador, em Macapá.

Por: Ana Biselli e Rodrigo Junqueira

Começamos a semana voando sobre o maior rio do mundo, o Amazonas, para pousar em Macapá, capital do pouco conhecido estado do Amapá. Lá nos esperava a Fiona, que tinha seguido de barco alguns dias antes. Reunidos, seguimos todos para a nossa primeira fronteira internacional da fase terrestre da viagem. Deixamos o Brasil para trás e entramos num pedaço da França em plena América do Sul, a Guiana Francesa. Chegamos bem a tempo de curtir o carnaval na capital deste departamento francês, a cidade de Cayenne.

Era a noite de segunda-feira, dia 28, quando decolamos de Belém para Macapá. O curto vôo passa sobre a Ilha de Marajó e sobre a foz do Amazonas, exatamente aonde foi construída a fortaleza de São José do Macapá, há quase 300 anos, com o intuito de defender o rio dos ataques de holandeses e franceses. Ao redor do forte cresceu a capital do Amapá, onde iniciamos nossa jornada.


Observando o rio Amazonas, em Macapá.

Logo na manhã de terça já fomos buscar nosso carro, a Fiona, no porto. Já motorizados, pudemos explorar algumas das maiores atrações da cidade, a orla do rio Amazonas, a fortaleza que deu origem à cidade e o marco da Linha do Equador, que atravessa Macapá. É realmente bem curioso passar do hemisfério norte para o sul, do inverno para o verão, com apenas um passo. Quanto ao rio Amazonas, mais do que curioso, é mesmo emocionante caminhar ao lado desse verdadeiro mar de água doce que até ondas e maré tem. Já a fortaleza, muito bem conservada e a maior que já visitamos no Brasil, oferece uma verdadeira aula de história, além de uma posição privilegiada para observar o maior de todos os rios.


A Fortaleza de São José, na capital do Amapá.

De Macapá seguimos para a cidade de Oiapoque, no extremo norte do estado e local aonde começa o Brasil. A Guiana Francesa está do outro lado do rio, encoberta por uma densa mata e uma neblina quase constante. Uma grande ponte está sendo construída para ligar os dois países, mas enquanto ela não fica pronta, a ligação é por barco mesmo. Ainda é muito incomum carros brasileiros cruzarem o rio, mas isso não nos impediu de alugar uma balsa para levar a Fiona. Finalmente, estávamos os três em terras estrangeiras!


Construção da ponte entre o Brasil e a Guiana Francesa.

Superada a questão dos vistos e já praticando o nosso francês, seguimos para a capital Cayenne, cerca de 200 quilômetros ao norte. Aí chegamos bem na época do carnaval, que também é uma festa agitada nesta cidade. Aqui, se valoriza muito as fantasias e há desfiles todas as noites de blocos fantasiados representando suas comunidades e vizinhanças. Como não poderia deixar de ser, o bloco da numerosa comunidade brasileira é um dos mais agitados.


Fantasia no animado carnaval de Cayenne, na Guiana Francesa.

Na próxima semana, continuaremos explorando a Guiana Francesa e algumas de suas atrações, como a base de foguetes mais moderna do mundo a “Îles de Salut”, onde funcionou a mais temida prisão dos tempos modernos. Além disso, vamos cruzar mais uma fronteira e entrar no Suriname, antiga colônia holandesa tão pouco conhecida de seus vizinhos brasileiros.

Fotos: Arquivo pessoal
Rodrigo e Ana no monumento em Oiapoque, que marca a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.

Acompanhe a viagem de Ana Biselli e Rodrigo Junqueira semanalmente em nosso blog. Também acesse o site dos aventureiros: www.mildias.com.

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