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Mil dias pelas Américas: litoral fluminense e capixaba
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Fotos: Arquivo pessoal
Uma das muitas baias de Búzios, no litoral do Rio de Janeiro.

Por: Ana Biselli e Rodrigo Junqueira

Esta foi uma semana em que tivemos de negociar bastante com São Pedro. Começamos no litoral norte do Rio de Janeiro, nas famosas Búzios e Arraial do Cabo e de lá seguimos para um novo estado, o Espírito Santo.

Búzios começou a ganhar fama no fim da década de 50, quando era frequentada pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek. Mas alcançou o estrelato internacional com a vinda de Brigitte Bardot, em 1964. A diva do cinema francês na época namorava um carioca mais descolado, que resolveu levá-la para esse paraíso então desconhecido. As fotos da pacata vila rodaram o mundo e, de lá para cá, cada vez mais estrangeiros visitam o balneário.


Ana se reenergizando nos mares de Búzios.

Atualmente, são os argentinos os maiores fãs, mas também se vê muitos italianos, franceses e outros europeus.
Búzios é uma península toda entrecortada, formando pequenas baías e muitas praias. Algumas, voltadas para mar aberto, são próprias para o surf, como Geribá e a Brava. Outras, mais protegidas, são as preferidas de famílias, como a praia da Tartaruga ou a de João Fernandes. Nós ficamos hospedados numa das mais bonitas e tradicionais, a Praia dos Ossos, onde há uma pequena vila, mais pitoresca. De lá, pode-se ir a pé a várias praias e também a famosa Rua das Pedras, no centro, local de restaurantes e da badalação noturna. Aproveitamos o dia mais nublado para conhecer as praias próximas, a pé, e o dia mais ensolarado para visitar as mais distantes, de carro.

Nesse dia, sem dúvida nenhuma, o ponto alto foi a Praia da Ferradurinha. Pequena, charmosa e uma diminuta baía ótima para o banho. A praia estava bem vazia, mas nos disseram que, na temporada, mal é possível caminhar na areia, de tanta gente.


Observando o mar na Ponta da Lagoinha, em Buzios.

No nosso último dia na região, fomos até Arraial do Cabo, distante uns 40 km de Búzios. Com praias igualmente belas, mas menos conhecidas, Arraial é uma ótima alternativa na temporada, para quem procura algo mais vazio (ou menos cheio!) com preços mais em conta. As praias mais bonitas estão na Ponta do Atalaia. É possível chegar até lá de carro por estrada de terra esburacada e depois por uma trilha descendo o morro. Ou então, num passeio de escuna. O problema da segunda opção é que os barcos quase sempre estão lotados e ficam por pouco tempo na praia, já que tem que percorrer várias outras atrações. Quem chega lá por terra tem a praia só para si, enquanto não aparece uma escuna lotada de turistas barulhentos. Aí, lá se vai a paz por meia hora. Mas quando ela volta, a praia parece melhor ainda. O trabalho de chegar lá realmente vale à pena. Essas praias de Arraial tem o mar mais caribenho que conhecemos aqui no Brasil. Um espetáculo!


Praia de Atalaia, em Arraial do Cabo.

No dia seguinte, chegou a hora de conhecermos mais um estado, o último da Região Sudeste, antes de chegarmos no Nordeste. Começamos pelo belo litoral sul do Espírito Santo. O local escolhido foi a pequena Iriri, pouco conhecida no Brasil, exceto por capixabas e mineiros. Uma pequena baía de águas tranquilas e areia avermelhada, ótima para caminhadas e banhos de mar. Usamos Iriri como base para conhecer pontos mais famosos desse litoral, como a movimentada Guarapari e a histórica Anchieta.


Praia de Setiba, no litoral sul capixaba.

Em Guarapari, aproveitamos para realizar um mergulho no mais famoso naufrágio do estado, um cargueiro grego afundado deliberadamente para se tornar um ponto de mergulho. É o Victory 8B, que atrai tantos mergulhadores à Guarapari. Foi um mergulho difícil, água fria com pouca visibilidade e muita corrente. Mesmo assim, mergulhar em naufrágios é sempre recompensador. Afinal, não são apenas peixes e crustáceos que passam na frente dos nossos olhos, mas um pedaço da história também.


Mergulhando no Victory 8B, em Guarapari.

Nenhuma visita ao Espírito Santo é completa sem que se coma uma boa muqueca. E foi o que fizemos em Meaípe, ao sul de Guarapari, no dia 3 de outubro. Após justificarmos nossos votos em Iriri e visitarmos o complexo onde o padre Anchieta passou seus últimos dias de vida, fomos ao Curuca, famoso restaurante de comida capixaba para nos deliciarmos com o prato. O dia frio e chuvoso fez com que ela ficasse ainda mais gostosa, principalmente, acompanhada de uma muqueca de banana!


Ana justificando o voto em Iriri.

Depois de tantas praias, resolvemos que era hora de voltar ao interior. Assim, rumamos para a pequena Ibitirama, aos pés da Serra do Caparaó. O primeiro passeio foi ao Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça, com quase 100 metros de altura. Nesses dias nublados, optamos por admirá-la do lado de fora mesmo! Outro passeio interessante foi à maior criação de trutas do Brasil, a Tecnotruta. Só tivemos azar que, justo naquele dia, o restaurante do local não abria. Ficamos com água na boca…


Cachoeira da Fumaça, em Ibitirama.

Nosso próximo objetivo foi fazer a travessia da Serra do Caparaó e, no caminho, subir a maior montanha brasileira ao sul do Equador, o Pico da Bandeira. De lá, voltamos ao litoral para conhecer a capital Vitória para, depois, seguir para a capital do forró, Itaúnas, quase na fronteira com a Bahia.

Acompanhe a viagem de Ana Biselli e Rodrigo Junqueira todas as quintas-feiras em nosso blog. Também acesse o site dos aventureiros: www.mildias.com.

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