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Esta semana percorremos alguns dos mais famosos pontos do litoral baiano, desde a charmosa e badalada Trancoso até Itacaré, principal point surfista do estado. No caminho, cidades históricas como Porto Seguro e Ilhéus.

Trancoso, assim como a vizinha Arraial d’Ajuda, já foi uma pacata vila de pescadores construída no alto de um platô, ao lado de uma boca de rio, o que proporciona vistas maravilhosas do mar verde lá embaixo e das centenas de coqueiros que crescem à beira-mar. As duas cidades cresceram em volta de uma praça central, chamada de “Quadrado”, onde estão a igreja centenária e o antigo casario. De trás da igreja, se tem a melhor vista do mar e da região.

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No início da década de 80, essas duas vilas foram descobertas pelos mochileiros viajantes e rapidamente se transformaram num point dos descolados. Aos poucos, as boas pousadas e restaurantes foram chegando e retransformando a vida das duas vilas, que passaram a viver do turismo. Nos dois lugares, as pousadas se instalaram nas antigas casas, conservando-as e mantendo o charme original. Mais recentemente, os grandes empreendimentos hoteleiros se instalaram, assim como as boas estradas facilitaram a chegada do turismo de massa, trazido pelos pacotes turísticos. Desse modo, as duas charmosas vilas ainda mantêm parte do charme original, aliado ao conforto e à boa mesa, mas ao mesmo tempo perderam aquele ar de aventura, que era parte do seu encanto.

Nós passamos rapidamente por essas duas cidades, dormindo em Trancoso e aproveitando para nos esbaldar em seus restaurantes e nos encantar com o charme do Quadrado. Mesmo com o tempo chuvoso, eram centenas de turistas trazidos pelas empresas de pacotes diretamente de Porto Seguro, para passar o dia. Falando em Porto Seguro, foi para lá que seguimos, para uma rápida visita ao seu bem conservado centro histórico, com suas igrejas e museus. Também lá está a parte antiga da cidade no alto de um platô. O que hoje proporciona lindas paisagens, no passado tinha o intuito de facilitar a defesa da cidade, contra índios e contra as potências europeias rivais.

Porto Seguro também era uma pacata cidade até o início da década de 80, antes de se transformar num dos principais destinos turístico brasileiros, orientado para quem gosta de festas e agitos. Uma boa medida dessa mudança é a explosão populacional da cidade, após a chegada das estradas. A população ficou 25 vezes maior: era de 5 mil habitantes em 80, passou para 60 mil em 2000 e chegou aos 125 mil atualmente.

Ao invés de dormirmos nessa “metrópole”, seguimos para o norte, para a ainda tranquila Santo André. Também essa vila vem sendo afetada pelo turismo, mas ainda em bem menor escala em comparação com suas vizinhas do sul. Há várias pequenas pousadas charmosas construídas ao lado da praia e são uma excelente opção para quem procura sossego e beleza, ao invés do agito noturno de Porto Seguro.

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A próxima parada foi a cidade de Ilhéus, que teve seus tempos de glória em meados do século passado com a cultura do cacau e dos “barões” que ela criou. Essa época foi muito bem retratada pelo mais famoso filho da cidade, o escritor Jorge Amado.

A cultura do cacau decaiu bastante, principalmente por causa da praga conhecida como “Vassoura de Bruxa”, mas a memória de Jorge Amado e de seus personagens como a fogosa Gabriela e seu marido, o turco Nacib, estão mais fortes do que nunca, atraindo centenas de admiradores desse famoso romancista.

Aproveitamos a estadia numa cidade grande para a Ana encontrar um médico que lhe examinasse o ouvido, já que há algum tempo ele vinha incomodando. Felizmente, não foi nada sério e agora ele já está sendo devidamente tratado.

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Por fim, seguimos de Ilhéus para Itacaré, um pouco mais ao norte. Essa cidade, descoberta para o turismo há cerca de duas décadas, vem se transformando num verdadeiro polo de ecoturismo. E não é por menos! Suas praias são maravilhosas, areias brancas e água verde e quase morna, propícias tanto ao banho de mar como ao surf. Na pequena Tiririca são constantemente realizados campeonatos de surf, nacionais e internacionais. Além das praias, muitas delas acessadas apenas por trilhas por entre coqueiros e palmeiras, há também na região rios encachoeirados e com corredeiras.

O rafting no Rio de Contas é considerado o segundo melhor do país, com a vantagem da temperatura da água ser superagradável. E para quem não se contenta apenas com banhos de cachoeira e de mar, com trilhas e rafting, também é possível voar de parapente, descer tirolesas e praticar arvorismo.

Com tantas opções, são dezenas de pousadas, restaurantes e pequenas agências de turismo, todas para atender a uma demanda que não para de crescer. O clima praiano empresta um ar meio relaxado à cidade, atraindo turistas do mundo inteiro que vêm para passar alguns dias e acabam ficando semanas, às vezes meses. Com tantos jovens, o que não falta são festas noturnas na beira da praia onde, apesar de estarmos na Bahia, o que predomina é o reggae e não o axé.

Aqui ficamos alguns dias, entre trilhas e praias, entre a água doce e a água salgada, entre a movimentação do dia e a agitação da noite. Como sempre, chega a pior das horas, que é a hora de partir. Maravilhosas lembranças ficarão, mas novas experiências nos aguardam!

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Semana que vem, vamos examinar de perto o litoral daqui até Salvador, passando por paraísos como Barra Grande, na península de Camamu e nas ilhas de Boipeba e Morro de São Paulo.