Por Rodrigo Junqueira e Ana Biselli
Nesta semana chegamos à América Central, mais especificamente ao Panamá, país que já pertenceu ao território da Colômbia mas que, há mais de um século, se libertou para, em suas terras, ser construído o canal que une os dois maiores oceanos da Terra. Nós chegamos ao país pelo paradisíaco arquipélago de San Blás, no litoral atlântico. Em seguida, passamos pela perigosa Colón para poder resgatar a nossa Fiona, o carro que nos leva através das Américas. Já motorizados, seguimos para a moderna Cidade do Panamá onde conhecemos o famoso canal. Em seguida, já bem perto da fronteira com a Costa Rica, conhecemos um belo lugar nas montanhas com um nome curioso para nós, brasileiros: Boquete.
Já que não podíamos vir por terra da Colômbia para o Panamá, optamos pela via marítima. Cinco dias a bordo de um veleiro, rota tradicional para os mais aventureiros. Três dos cinco dias são passados navegando entre as quase 400 pequenas ilhas do arquipélago de San Blás. É um local idílico, que muito nos lembra a imagem do paraíso que temos em nossos sonhos: pequenas ilhas de areias brancas, repletas de coqueiros e cercadas por águas calmas, verdes e transparentes. Difícil dizer qual a mais bonita! Algumas poucas são habitadas pelos indígenas da etnia Kuna, uma nação semi-autônoma dentro do Panamá. A nossa “dura” rotina consistia de procurar alguma sombra embaixo de algum coqueiro, entre um banho de mar ou uma refeição preparada pela cozinheira do nosso barco. A rotina só era quebrada pela eventual visita de alguma canoa Kuna, trazendo artesanato para ser vendido.
Enfim, chegamos à terra firme na histórica cidade de Portobelo, destruída por piratas ingleses no século 18. Daí seguimos para Colón, um dos mais movimentados portos das américas. Lá, depois de atravessar um mar de burocracias e nos refugiar no nosso hotel para nos proteger dos altos índices de criminalidade na cidade, conseguimos “desembaraçar” nossa companheira Fiona.
Seguimos diretamente para a capital do país, do outro lado do continente, a Cidade do Panamá. Atravessar o continente por aqui significa dirigir por 80 km. Não é a toa que foi esse o local escolhido para se construir o famoso Canal do Panamá, que liga os Oceanos Pacífico e Atlântico. Uma visita ao canal é programa obrigatório para quem vem ao país. E vale muito a pena! É incrível observar os enormes cargueiros cruzando aquele canal estreito, economizando semanas de viagem ao redor da América do Sul. O pedágio não é dos mais baratos: US$ 400 mil para os barcos maiores, mas certamente compensa pela economia de tempo e combustível. Para barcos menores, o pedágio chega a US$ 1 mil.
Mas a Cidade do Panamá não é só isso. Por um lado, a sua parte moderna impressiona, com arranha-céus com mais de 50 andares e formas futurísticas. Por outro, o seu centro histórico é muito agradável de ser explorado a pé, por entre ruas a casarões centenários.
Por fim, ainda antes de deixar o país, já bem próximo da fronteira com a Costa Rica, fomos visitar uma área de montanhas onde está o maior vulcão panamenho, o Baru, com mais de 3.200 metros de altitude. Ao pé da montanha está a gostosa vila de Boquete, cheia de pequenos hotéis e restaurantes que recebem turistas durante todo o ano em busca de turismo de natureza. O tempo não permitiu que subíssemos o vulcão de onde se pode ver os dois oceanos ao mesmo tempo. Mas tivemos a chance de nos refrescar em um dos muitos rios da região e, logo depois, relaxar os músculos nas águas termais logo ali ao lado. Junto conosco, amigos australianos que se encantaram com a mascote da fazenda onde estão os poços de água quente: a macaca Chita, da espécie macaco-aranha, muito comum na América Central.
Na próxima semana vamos à Costa Rica, um dos paraísos do turismo ecológico no continente. Uma infinidade de praias nos dois litorais, dezenas de parques nacionais em áreas de rio, montanhas, florestas e vulcões e uma das maiores biodiversidades do planeta são os maiores atrativos deste pequeno país. Difícil vai ser escolher entre tantas boas opções, mas este é um problema que todos gostamos de ter!
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