É Proibido Fumar, longa-metragem de Anna Muylaert, e Recife Frio, o curta pernambucano de Kleber Mendonça, se consagraram os grandes vencedores do 42° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na cerimônia realizada na noite de terça-feira (24), no Cine Brasília.

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Eleito melhor filme pelo júri oficial, É Proibido Fumar faturou no total oito Candangos e mais o prêmio da crítica. Venceu em todas as principais categorias – à exceção de melhor direção, entregue a Evaldo Mocarzel pelo documentário Quebradeiras –, incluindo melhor roteiro (para Anna Muylaert) e os troféus de atuação, entregues a dois “estreantes”: Glória Pires, veterana na profissão, demonstrou nervosismo de novata, por ser este o primeiro festival de cinema do qual participa; e Paulo Miklos, que em 2007 foi premiado como “revelação” e apenas recentemente adquiriu seu DRT de ator.

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O júri popular embarcou no carisma da extinta banda Novos Baianos (representado na cerimônia por Moraes Moreira, que declamou um cordel e cantou “Preta Pretinha”) e contemplou o documentário musical Filhos de João, de Henrique Dantas. O longa levou também o prêmio especial do júri oficial, uma escolha que gerou surpresa, por selar o destino de outro documentário, o mineiro A Falta Que Me Faz, de Marília Rocha, injustamente ignorado na premiação. O longa da diretora ficou em segundo lugar na votação dos críticos, mas não foi lembrado em nenhuma categoria oficial.

A vaia da noite, uma tradição brasiliense já direcionada a diretores do peso de Júlio Bressane (por Cleópatra), foi ouvida desta vez por Jorge de Oliveira, diretor de Perdão Mister Fiel, ao receber o prêmio da Câmara Legislativa de melhor longa-metragem do Distrito Federal. Contrariado, o diretor destilou rancor: “O meu filme não foi feito para alienados, nem para analfabetos políticos, nem para críticos imbecilizados.”

Curtas
A premiação de curtas-metragens teve poucas surpresas. Desde a reação entusiasmada a Recife Frio, falso documentário sobre uma inversão térmica que teria deixado a capital pernambucana sob temperaturas e chuvas dignas de Curitiba, a expectativa era de que o filme saísse aclamado da premiação. Foi o que aconteceu. O diretor — e crítico de cinema fora de exercício durante o festival — Kleber Mendonça voltou para casa com sete troféus. Entre os mais importantes, a escolha da crítica, o prêmio aquisição dado pelo Canal Brasil, o favoritismo do júri popular e ainda os Candangos de melhor roteiro e direção. O reconhecimento nessas duas categorias não se reverteu, contudo, no prêmio principal. O melhor curta em competição este ano, segundo o júri oficial, foi outro pernambucano, Ave Maria ou a Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante.

Confira os premiados:

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Longa-metragem em 35mm

Melhor filme (júri oficial): É Proibido Fumar, de Anna Muylaert.

Prêmio especial do júri: Filhos de João, de Henrique Dantas.

Júri popular: Filhos de João, de Henrique Dantas.

Direção: Evaldo Mocarzel (Quebradeiras).

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Ator: Paulo Miklos (É Proibido Fumar).

Atriz: Glória Pires (É Proibido Fumar).

Ator Coadjuvante: Bruno Torres (O Homem Mau Dorme Bem).

Atriz Coadjuvante: Dani Nefussi (É Proibido Fumar).

Roteiro: Anna Muylaert (É Proibido Fumar).

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Fotografia: Gustavo Hadba (Quebradeiras).

Direção de Arte: Mara Abreu (É Proibido Fumar).

Trilha Sonora: Márcio Nigro (É Proibido Fumar).

Som: Miriam Biderman, Ricardo Reis E Ana Chiarini (Quebradeiras).

Montagem: Paulo Sacramento (É Proibido Fumar).

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Curta ou média-metragem em 35mm

Melhor Filme (Júri Oficial): Ave Maria Ou A Mãe dos Sertanejos, de Camilo Cavalcante.

Júri Popular: Recife Frio, de Kléber Mendonça.

Direção: Kléber Mendonça Filho (Recife Frio).

Ator: elenco masculino de A Noite Por Testemunha (Alessandro Brandão, André Reis, Diego Borges, Iuri Saraiva e Túlio Starling).

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Atriz: Mariah Teixeira (Água Viva).

Roteiro: Kléber Mendonça Filho (Recife Frio).

Fotografia: Beto Martins (Ave Maria Ou A Mãe Dos Sertanejos).

Direção De Arte: Vicente Saldanha (Os Amigos Bizarros do Ricardinho).

Trilha Sonora: Marcus Siqueira e Thiago Cury (A Noite Por Testemunha).

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Som: Nicolas Hallet (Por Ave Maria Ou A Mãe dos Sertanejos e Azul)

Montagem: Guile Martins (Bailão).