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Somos todos loucos?

Robson Fernandjes/AE
A jornalista e agora escritora Claudia Belfort: loucura é ponto de partida para a problematização literária.

Cê tá pensando que eu sou lóki, bicho? E aí, tá louco? O cara enlouqueceu. Só pode ser mais uma do louquinho.

E quem não ouviu uma das frases do parágrafos anterior? Muitas vezes, são vozes a nos chamar: o Marcio é muito louco. O Fulano está louco e etc.

Mas, se loucura pouca é bobagem, mídia e academia há tempos tentam banir a expressão que insiste em ser verbalizada na rua, no boteco, na cantina, no blog, no chat, no twitter.

Claudia Belfort escreveu 13 contos, agora editados no livro Aqueronte, o Rio dos Infortúnios, que será lançado amanhã, quarta-feira, a partir das 19h30, no Quintana Café, aqui em Curitiba. Hoje, ainda terça, a Gazeta do Povo publicou dois textos que escrevi sobre o assunto: a matéria e a resenha. Já leu? Então, clique aqui.

Impressionante é a maneira como a autora transformou elementos da realidade em ficção. O louco é a regra. O fora do padrão é o que existe. Olhe ao seu redor. Caminhe nas ruas. Permaneça de olhos bem abertos e verás: não há normalidade. Há tentativas, fracassadas, e mal representadas, de se tentar ser e estar dentro de um padrão. Tudo fake. Tudo muito dissimulado. Pois foi a partir dessa percepção, de que a loucura é o que há, que essa autora fez ficção. Poderia dar tese, dissertação. Mas a literatura, sempre, o tempo todo, desde Homero, é mais, ilumina mais, deixa portas abertas, não afirma, não defende, e tem a beleza.

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