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O leitor Luís Lima, estudante de Jornalismo, 20 anos, conferiu a peça Estou Indo Embora Não Me Peça Pra Ficar, E Quando Já Tiver Ido Não Me Peça Pra Voltar, em cartaz no Festival de Curitiba. Confira o que ele achou da montagem:

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Bagagens que dizem por nós

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Estou Indo Embora Não Me Peça Pra Ficar, E Quando Já Tiver Ido Não Me Peça Pra Voltar prende o olhar pelo tamanho do título: extenso e com o verbo ter conjugado pela licença poética da oralidade. A Cia. Teatral da Antiga Capital, natural de Rio das Ostras, estreou este espetáculo em novembro do ano passado e trouxe ao Festival de Curitiba quatro apresentações sendo a última na tarde desta quarta-feira (24), às 15h, na Casa Hoffmann.

Apesar do tamanho do título, a peça que tem como núcleo narrativo a metáfora da bagagem como acúmulo de experiências pessoais não permite que o texto, do também diretor Reynaldo Barreto Lisboa, se prolongue tanto. Para Marcia Aicram, o conteúdo da mala não a cabe mais, Marcela Jorge já está acostumada com o peso e Ritcheli Santana diz que a mala não é dele e sim dela, e que apesar disso o tempo provocou marcas dolorosas nos ombros.

Infelizes e mal sucedidos em seus relacionamentos amorosos, os atores perambulam com suas malas sem rumo definido. O palco não parece apontar para um destino certo, e talvez nem seja este o objetivo dos passageiros: qualquer lugar já é algum lugar, desde que não seja lugar nenhum. Entre batons, calcinhas e camisinhas, algumas ações dramáticas como a de ir até a poltrona, descarregar a mala, colocar tudo na mesa e depois desfazê-la novamente foram continuamente repetidas por todos os atores. Eles iam e vinham em seu percurso errante para este lugar indefinido e neste movimento confuso, eles até trocam as malas, mas cada um sabe de seu peso e deve suportá-lo.

A metáfora da bagagem acompanha a da partida que pode ser definitiva, como o bilhete de um suicida no banheiro ou reversível, como o escrito de batom da namorada cansada na penteadeira. “Estou Indo Embora Não Me Peça Pra Ficar, E Quando Já Tiver Ido Não Me Peça Pra Voltar” é o que exprimem no embalo de algumas músicas da banda inglesa Radiohead como Fake Plastic Trees e No Surprises. Talvez não as melhores músicas a serem escolhidas, já que são bastante investidas de pré-significado.

O ponto forte da peça talvez seja colocar-se em seu lugar e saber perceber com serenidade até que ponto dura sua vida e, sobretudo sua força. Durante pouco mais de quarenta minutos os personagens desfilam suas angustias intercalando silêncio e falas equilibradas, bem amarradas pelo texto de Reynaldo.

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Para quem assistiu e gostou do trabalho, a Cia. Teatral da Antiga Capital decidiu privilegiar o Festival de Curitiba com a estreia nacional da comédia “Os Marias” será apresentada nos dias 25 (18h), 26 (21h), 27 (12h) e 28 (15h) no Mini-Guaíra. Outra proposta bem diferente que reforça o caráter diverso da mostra Fringe.



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