Caindo de cabeça
Por Bruna Maestri Walter
“Ok, Bruna, está marcado o mergulho experimental, mas cheguem antes aqui na escola de mergulho para tomar um Dramin e não ter erro de enjoar na viagem de barco. Repórter não pode fazer feio, né?”
Quem falava do outro lado da linha era Andréa Duarte, da Patadacobra Adventures, de Bombinhas. Eu estava fazendo matéria sobre mergulho e iria passar pela experiência. A Patadacobra é uma das escolas de mergulho que há mais tempo realiza passeios para a Ilha do Arvoredo, um dos principais pontos de mergulho do Sul do Brasil.
Eu, o fotógrafo Valterci Santos e o motorista Roberto Cosme Raimundo nos comprometemos com Andréa a chegar em Bombinhas por volta das 8 horas do último dia 4, uma quinta-feira, tanto para tomar o Dramin quanto para receber as instruções.
Nossa aventura começou antes de cairmos no mar. Bem antes. Decidimos que era mais fácil ir e voltar no mesmo dia e combinamos de sair às 4 horas de Matinhos. Chegamos em Bombinhas às 7h45. Tomamos o Dramin assim que chegamos porque o medicamento leva uma hora para fazer efeito. Subimos no barco por volta das 9 horas, junto com outros 45 aventureiros.
Nosso fotógrafo Valterci levava a máquina fotográfica no colo e registrava todos os momentos. Estava tranquilo, fez amizade com um mergulhador de Curitiba. Eu e Roberto também estávamos tranquilos e até demos risada no início do gostoso balanço do mar provocado pelas ondas.
Em poucos minutos, o sorriso foi desaparecendo do nosso rosto. Na verdade, do meu rosto desapareceu não só o sorriso, mas também a cor. Fiquei pálida, sentei num canto, abaixei a cabeça. “Vou ficar quieta aqui e pedir uma sacolinha plástica por precaução”, pensei.
Não teve jeito. O Dramin não funcionou e lá estava a repórter passando mal. Roberto também estava com a cara fechada. “Agora não dá mais para voltar”, disse ele. É, Roberto, ainda faltava 1h10.
Mais pessoas passaram mal na viagem. Teve família que o pai passou mal, a mãe passou mal, os dois filhos passaram mal. Instrutores comentaram que isso acontece e foram bem solícitos conosco. Na matéria que escrevi, fiz questão de dar dicas para os mergulhadores de primeira viagem.
Os mergulhadores mais experientes estavam tranquilos, assim como nosso fotógrafo Valterci, que registrava todos os bastidores da nossa reportagem.
Levamos 1h30 de barco para chegar ao ponto de mergulho do Arvoredo. Os instrutores falaram que iríamos melhorar assim que caíssemos no mar. Dito e feito. Melhoramos na hora. O sorriso reapareceu e pudemos apreciar o mergulho. Isso aconteceu com todos os viajantes que passaram mal. O comentário da psicóloga Lorraine Azevedo, de Uberlândia (MG), resume bem esse momento. Ela contou que não imaginava que a viagem ia ser desse jeito, mas que valeu à pena pela maravilha encontrada no fundo do mar. “Recomendo o passeio”, disse Lorraine.
Nas profundezas de cerca de 8 metros pudemos ver peixes de diferentes tamanhos, sozinhos e em cardumes, ouriços, medusas, esponjas e corais. Tocar de leve nas pedras cobertas por anêmonas, passar por diversas temperaturas dentro do mar, sentir a diferença de profundidade. E avistar (no meu caso foi de longe) a grande atração do passeio: a tartaruga. Sim, eu também recomendo.
Mergulho: mais um sonho realizado
Por Roberto Cosme Raimundo
Nesta Temporada passei por vários momentos fascinantes auxiliando na cobertura do Verão da Gazeta do Povo. Mas um, sem dúvida, marcou minha vida para sempre: foi o mergulho no mar de Bombinhas.
Eu, a repórter Bruna e o fotógrafo Valterci acordamos bem cedo e nos dirigimos até Bombinhas, Litoral de Santa Catarina. A finalidade dessa pauta era acompanhar um mergulho em alto mar.
Antes de embarcar já fomos avisados que teríamos que tomar um Dramin, remédio que serviria para evitar náuseas e vômitos durante a viagem, que dura aproximadamente 1h30. Nesse barco estávamos em 45 pessoas. Alguns eram turistas, atrás de aventura nos mares do Sul. Outras eram mergulhadores experientes, além dos instrutores da escola. Muitas pessoas passaram mal durante o trajeto do barco, que saia de Bombinhas até a Ilha do Arvoredo.
Eu e a Bruna não deixamos por menos. O barco mal saiu do trapiche e começamos a sentir o enjoo. O único que não teve problemas foi o Valterci, que só dava risada do que estava acontecendo. Mas no final tudo valeu apena. Chegamos a um lugar maravilhoso, cheio de belezas naturais.
As pessoas que iriam mergulhar foram chamadas para receber as últimas informações. Fiquei no canto só imaginando: “Quem sabe um dia eu vou ter condições de bancar um mergulho como esse”. Um a um, todos colocaram as roupas de mergulho e pularam dentro da água. Quando faltava apenas uma pessoa, um dos instrutores olhou para o meu lado e disse: “Vamos coloca a roupa, só falta você”. Eu, mais que depressa, coloquei aquela roupa e o cilindro de oxigênio nas costas. Suava frio. Ainda não acreditava no que eu estava prestes a fazer. Era a realização de um sonho de criança, que até o momento me parecia muito distante.
Pulei na água. A instrutora, com toda a paciência, me deu todas as dicas e ali fui eu para o fundo do mar. Foi um momento fantástico, talvez um dos melhores da minha vida. Parecia ser um sonho. Passei ao lado de tartarugas enormes no fundo do oceano, vi muitos peixes estranhos, estrelas do mar e cardumes. Pude tocar nas pedras enormes do fundo do oceano, mesmo sem acreditar no que estava acontecendo. Tudo parecia simples imaginação da minha cabeça.
Voltei para aquele barco com a sensação de mais um sonho realizado.
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