Um dia desses, eu andava pela Praia Brava, de Caiobá, buscando um personagem para uma matéria. Enquanto o fotógrafo fazia a parte dele (e eu esperava), um sujeito, que vendia artesanato, olhou minha camiseta e resolveu puxar um papo.
A primeira coisa que ele queria saber é se eu era mesmo do jornal. Respondida a questão, ele perguntou mais algumas coisas e começou a me contar um pouco da sua vida. O cara vendia artesanato, mas já tinha morado em alguns países da América do Sul e na Itália, onde o irmão vivia. Também falava com certa fluência espanhol e italiano.
Na minha vez de perguntar, quis saber se ele vivia com conforto apenas vendendo artesanato pelas areias. “Vivo sim, porque eu não uso drogas”, me disse. Depois dessa declaração, pensei: preciso fazer um perfil desse cara. Conversa vai, conversa vem, eu precisava ir embora e ele não me falava muita coisa. Antes de me despedir, pedi o seu nome e o telefone. Oras, poderia ser um entrevistado potencial para uma matéria sobre a vida dos artesãos.
Um sorriso maroto antecedeu a resposta. “Não posso te falar, meu bem. Tô com a pensão alimentícia atrasada”, me disse, enquanto juntava suas coisas e ia caminhando em busca do próximo cliente.
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