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O filme “Ele Não Está Tão a Fim de Você”, que estreou no final de março nos cinemas brasileiros, fala de mulheres desesperadas para arrumar um namorado e que se apegam nas desculpas mais esfarrapadas para não perderem as esperanças. Assim como os livros de autoajuda – gênero no qual o filme é baseado – a história está repleta de senso comum, mas não deixa de ser divertida e causar uma certa identificação nas mulheres que vão assistir.
A cada constatação das desculpas deslavas que os homens dão, não tem como não se lembrar de já ter ouvido isso alguma vez na vida. Para quem é solteira e pretende deixar de ser, no final do filme, é inevitável não se questionar sobre como se tem agido em relação ao sexo oposto.
Embora o filme provoque certa reflexão nas mulheres e retrate de alguma forma uma realidade não tão distante, não posso deixar de dizer que achei extremamente exagerado. Como diz a matéria da repórter Adriana Czelusniak, as mulheres preferem ficar “encalhadas” do que mal acompanhas.
Nem todas as solteiras estão na busca incessante por alguém. Muitas optam por se dedicar à profissão e outros planos pessoais, como o estudo, por exemplo. Não que não queiram namorar. Apenas isso não é prioridade em suas vidas e o foco está voltado para outra coisa. Sem contar que o sexo feminino também tem suas desculpas esfarrapadas – geralmente seguidas de uma bela dramatização.
Quanto mais madura a mulher fica, mais exigente e menor a chance dela se contentar com qualquer cara que se aproxima. Quanto mais se encantar! Quem já chegou aos trinta – ou está perto – sabe bem disso. No filme, parece mais uma questão de carência e de necessidade do que de encantamento. A Gigi (Ginnifer Goodwin), personagem central, não se apaixona por nenhum deles, apenas quer arrumar um namorado a qualquer custo. Talvez a maior dificuldade das mulheres nessa faixa etária não seja achar um namorado, mas encontrar alguém que preencha suas expectativas que, diga-se de passagem, não são nem um pouco simples e comuns.
Para as que mesmo assim estão desesperadas, uma dica: muito melhor ter um cara que não está tão a fim de você do que ter um traste que não sai do seu pé. E de trastes, o mundo está cheio! Pensem nisso.