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Guia para jornalistas ensina como abordar o tema da exploração sexual infantil

Olá amigos,

A ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) publica neste mês de julho, data ainda não definida, um guia para jornalistas sobre como fazer a cobertura em casos de abordagem sobre exploração sexual de crianças e adolescentes. O guia terá 100 páginas e será distribuído gratuitamente às redações de jornais em todo o país.

Este trabalho é resultado de um apanhado de informações coletadas e de experiências do jornalista Mauri König, repórter da Gazeta do Povo. Vale lembrar que o Mauri e o repórter fotográfico Albari Rosa, foram autores de duas importantes séries, publicadas na Gazeta do Povo, sobre este assunto: “Infância no Limite I – Fronteiras Sul e Contro-Oeste” e Infância no Limite II – Fronteiras Norte do Brasil”. Nesta última série eles percorreram 19 mil quilômetros.

No guia, os jornalistas irão encontrar recomendações teóricas e práticas para desenvolver as reportagens. Em conversa com o Mauri, ele me contou que na parte teórica serão explicados o conceito sobre o que é exploração sexual comercial de crianças e o que é e caracteriza tráfico de pessoas.

Inclusive, um dos pontos abordados no guia é sobre o papel do caminhoneiro, que dependendo do caso pode se tornar “herói ou vilão”. Já que este tipo de exploração ocorre de forma mais intensa nas rodovias. Os caminhoneiros conscientizados podem auxiliar na proteção destas crianças e jovens. Evitar ou denunciar motoristas que dão caronas para jovens e crianças nesta situação de risco ou são coniventes com a ação de prostituir crianças pode ajudar na prevenção ao tráfico humano.

Outra preocupação apresentada no guia, conta Mauri, é a de orientar os jornalistas como escrever sobre o assunto e também qual a postura do profissional quando está colhendo informações no trabalho de campo. São mais de 50 recomendações sobre como agir na apuração das informações, seja na rua, em boates e na abordagem das fontes, como a polícia, por exemplo.

Um dos pontos destacados por Mauri é a maneira como escrever a reportagem. Ele alerta que não se deve usar termos como – prostituição, menor. “Estas crianças foram prostituídas, elas não são prostitutas”, frisa o jornalista.

A idéia deste manual teórico e prático surgiu depois de um levantamento feito pela ANDI e por Mauri sobre 10 países da América Latina e como era feita a abordagem deste tipo de tema. “O Brasil evoluiu muito, graças muito ao trabalho de conscientização feito pela ANDI. Mas ainda em outros países se percebe uma cobertura sensacionalista e sem indicar caminhos para solucionar o problema”, observa ele.

Bem, é isto. Obrigada pela entrevista Mauri. E certamente este trabalho estará prestando uma grande ajuda a todos nós profissionais. E independente da profissão, acho que esse assunto deve servir de alerta cotidianamente a todos. Temos e precisamos proteger nossas crianças. A Denuncia quando se conhece ou se vê casos de exploração sexual comercial de jovens e crianças ainda é a principal maneira da sociedade ajudar combater este tipo de crime.

Serviço: “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – Um guia para Jornalistas”. Publicação da ANDI – 100 páginas. Distrituição Gratuita.

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