Olá amigos,

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O jornal Gazeta do Povo publicou nesta segunda-feira uma reportagem sobre como superar a depressão infantil. Acho o assunto bastante sério e gostaria de compartilhar com vocês a reportagem, assim a reproduzo aqui no blog.

Nossas crianças e adolescentes precisam do nosso olhar atento. Assim, pais, se perceberem qualquer coisa errada com seu filho nunca deixem de tentar compreendê-lo ou buscar ajuda. Pode ter certeza que este passo estará ajudando o mundo a ter um adulto muito melhor no futuro. E seu filho vai lhe agradecer muito por isso!!!

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Leia a íntegra da reportagem do jornalista Rogério Waldrigues Galindo:

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Pais, professores e médicos precisam ficar atentos. Alguns comportamentos considerados como “típicos” dos adolescentes podem na verdade ser sintomas de um problema mais grave: a depressão. Isolamento, irritação e falta de vontade para fazer tudo são considerados sinais de alerta e devem ser investigados se durarem muito tempo. A declaração é feita por especialistas em Psiquiatria e Neurologia que participaram no fim da semana passada da 1.ª Jornada de Neurociência do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná.

O evento, realizado no Canal da Música até sábado, reuniu cerca de 700 profissionais de saúde de todo o país. E o recado foi claro: a depressão na infância e na adolescência é mais comum do que estamos acostumados a pensar. “Os estudos indicam que 17% das pessoas podem ter problemas de depressão antes de chegar aos 18 anos de idade”, afirma o psiquiatra Gustavo Dória, chefe do ambulatório de Neuropediatria do HC, em Curitiba.

Um dos grandes problemas da doença, até hoje, é saber identificar os sintomas para poder iniciar um tratamento adequado, já que boa parte do comportamento que ajuda a identificar a depressão é considerada natural em adolescentes. De acordo com os especialistas, os sintomas precisam ser investigados quando duram mais de duas semanas e vão além do que pode ser considerado natural para o período da puberdade.

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“É preciso ficar de olho no adolescente que não quer mais sair de casa, não quer encontrar os amigos, fica facilmente irritado”, afirma o psiquiatra Sérgio Antoniuk, coordenador do Centro de Neuropediatria. “Principalmente se ele se recusa a fazer as atividades que ele próprio e seus amigos consideram prazerosas”, completa o médico. A diferença mais fácil de diferenciar tristeza e depressão, continuam os médicos, está, antes de tudo, na duração do problema. Um fim de semana de mau humor é comum. Meses sem falar com ninguém significam algo a mais.

Isolamento

A estudante curitibana Isabele Miranda, 13 anos, é um exemplo de adolescente que superou a depressão. Três anos atrás, a menina apresentava sinais de timidez excessiva, isolava-se de tudo e de todos e tinha um comportamento excessivamente fechado. Foi a mãe, Sandra, que resolveu levá-la a especialistas para ver o que podia fazer para ajudá-la.

A solução veio quando elas encontraram a neurologista Ana Chrystina de Souza Crippa. Primeiro, a médica tentou uma terapia sem medicamento, mas não conseguiu resolver o caso. O diagnóstico era de ansiedade. A partir daí, Isabele passou a tomar um medicamento específico para o seu caso. Em alguns meses, estava melhor. Hoje, já livre do medicamento, é outra pessoa. “Minha filha agora é extrovertida, tem amigos, nem se compara”, diz Sandra, satisfeita com os resultados obtidos. A própria Isabele é a primeira a reconhecer que o tratamento lhe fez bem. “Eu não tinha amigo nenhum, comia demais, não conversava, me sentia mal”, conta ela, que agora se sente melhor do que nunca.

Tratamento

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Para os médicos, há vários cuidados que devem ser tomados antes de se iniciar um tratamento que inclua medicamentos, como foi feito no caso de Isabele. “Primeiro, é preciso sempre tentar a terapia sem auxílio de remédios”, explica Ana Chrystina, a médica de Isabele. “Até porque as crianças em geral respondem pior aos medicamentos do que os adultos”, completa Gustavo Dória, do Hospital de Clínicas.

Outro cuidado absolutamente necessário é não confundir problemas da idade com depressão. “É curioso”, conta Ana Chrystina. “Alguns pais chegam aqui já pedindo medicamento, mesmo quando não é o caso de dar. Outros resistem à medicação mesmo quando é o caso de usá-la”, afirma.

O mais importante de tudo, afirmam os médicos, é que o tratamento para a depressão infantil é considerado eficiente. E, depois de um período de terapia e – quando necessário – de medicamentos, é normal que o paciente volte a ficar bem e supere definitivamente os problemas trazidos pela doença.