O Atlético e os atleticanos reagiram da melhor forma possível a (mais uma) semana turbulenta. Nenhum deles esperava chegar a essa altura do Brasileiro lutando contra o rebaixamento, mas já que esta é a realidade, é preciso enfrentá-la. Cada um fez sua parte. A torcida ofereceu apoio, paciência, carinho. O time retribuiu com dedicação, organização e, o principal, a vitória.
A maneira como o Atlético começou a partida contra o Ceará resume o que se espera de um time ameaçado de rebaixamento, jogando em casa, contra um adversário direto. Voou na garganta do Ceará, encurralou um adversário armado para se defender. Estevam Soares escalou quatro defensores e quatro volantes, obrigou o mandante a jogar pelo lado do campo. Assim apareceram Guerrón, Héracles e, mais tímido, Wagner Diniz. Paulo Baier assumiu o esperado papel de armador da equipe e até Nieto deu um pouco a mais, oferecendo-se como opção para tabela fora da área e brigando muito dentro dela.
Passado o ímpeto inicial do Atlético, o Ceará saiu mais para o jogo, pois na sua linha de volantes havia Michel e Eusébio; nas laterais, Boiadeiro e Vicente. E quando eles saíram apareceram os buracos da defesa rubro-negra, que Deivid e Manoel tentavam tapar, isso quando não sobrava para Renan Rocha barrar o ataque alvinegro.
O jogo já estava equilibrado, com o Ceará arriscando mais, quando Paulo Baier acertou a cobrança de falta que decidiu o jogo. Aliás, se há uma imagem dentro de campo que simbolize a gestão Marcos Malucelli é Paulo Baier batendo falta. Funcionou várias vezes, hoje não foi diferente.
A vantagem fez o Ceará sair para o ataque e levou Antonio Lopes a uma resposta diferente, com Marcinho no lugar de Marcelo Oliveira. No começo deu certo, o Atlético conseguiu adiantar a marcação, jogar no campo do adversário. Depois, repetiu-se o cenário de outras partidas na Baixada, com o Rubro-Negro sofrendo para manter a vitória. Dessa vez o resultado positivo não escapou – e nem poderia.
A rodada, com vitórias de Atlético-MG (antes) e Cruzeiro (depois), tirou do Atlético o direito de perder pontos diante do Ceará. Qualquer tropeço teria sido trágico.
Agora, a distância para o 16º colocado está em dois pontos e os dois próximos jogos permitem ao Rubro-Negro sonhar com a saída da ZR: Santos, em ritmo de Mundial, fora de casa, e Atlético Goianiense, dentro de casa. Enquanto isso, o Cruzeiro sai para enfrentar Botafogo e Flamengo, já o Ceará recebe o Fluminense e visita o Avaí. A missão é dura, mas a fórmula para cumprí-la ficou clara após a partida de hoje. O mais complicado é o Atlético repetir as virtudes em três partidas seguidas.