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Saída de Toninho Cecílio é só o começo do trabalho paranista até o dia 25 de maio

O Paraná tem exatamente um mês até a estreia na Série B. É tempo suficiente para arrumar a casa e atenuar tempo perdido nesse começo de temporada. A troca de Toninho Cecílio é um bom primeiro passo, mas não o único. A lição de casa tricolor está só começando.

1) Acertar na escolha do treinador
Desculpem-me por começar com algo tão óbvio, mas a escolha do treinador será determinante para o sucesso paranista. O bolso do Paraná não permite contratar um figurão de Série B. Por exemplo: Vadão seria um ótimo nome, conhece o caminho do acesso, mas está fora da realidade financeira. Resta a sempre delicada busca pelo bom e barato. Dos nomes cogitados, Nedo Xavier é barato, mas não é bom. Dado Cavalcanti é bom e barato, mas ainda há um risco.

2) Mexer no departamento de futebol
Nas últimas semanas, Toninho Cecílio reclamou sistematicamente da pouca participação na montagem do elenco para o Campeonato Paranaense. Uma diretoria tem o direito de isolar o treinador desse processo, mas tem de fazer essa política valer a pena. Ano passado, as melhores contratações do Paraná tiveram Ricardinho como ator principal – Anderson, Lúcio Flávio, Ricardo Conceição, Zé Luís. O primeiro voo solo de Alex Brasil, para o Estadual, foi catastrófico. Das três, uma: muda a política, aumenta o índice de acerto ou tira Alex Brasil da gerência de futebol.

3) Isolar o futebol da S/A
Por falar em Alex Brasil, o gerente de futebol do Paraná está participando ativamente da estruturação da Atletas Brasileiros S/A. Quando a empresa entrar efetivamente em ação, é inconcebível essa atuação dupla – o clube, aliás, poderia aproveitar o pretexto de deixar Brasil na S/A. Além disso, é preciso estabelecer prioridades. Na hora de ir ao mercado, a preocupação principal deve ser atender a necessidade do time e se possível combiná-la ao que for bom para a S/A, não o contrário.

4) Trazer pelo menos três titulares
Um lateral-direito, um lateral-esquerdo e um atacante de velocidade. O Paraná precisa dessas três peças para assumir uma camisa de titular – mais um “semi-titular” para o comando do ataque, diante da dificuldade de Reinaldo em engatar uma série de partidas. Fora isso, melhorar as opções de banco de reservas. Hoje, o Paraná não tem elenco para subir.

5) Usar os garotos com critério
Toninho Cecílio usou uma porção de garotos durante o Paranaense. Neto, João Antonio, Borges, Dudu, Júlio César, Carlinhos, Aymen, Neverton, Rodrigo Mann e Marcus Vinícius foram usados, em menor ou maior intensidade, nestes três meses líquidos de temporada. Oportunidade para a garotada que, na verdade, disfarça a insatisfação de Toninho com os reforços trazidos pela diretoria. Lançar os garotos a esmo é tão grave quanto nunca utilizá-los.

6) Se você tem um craque, deixe ele jogar
No primeiro jogo do ano, contra o Nacional de Rolândia, Lúcio Flávio teve liberdade para flutuar por todo o meio-campo e foi o destaque na goleada por 4 a 0. Àquela altura, não sabíamos que o Nacional seria um dos piores times da história do Estadual. Nem que Lúcio Flávio seria tão mal utilizado nos meses seguintes. Lúcio cansou de ver a bola voar metros acima da sua cabeça, na ligação direta da defesa para o ataque. Ontem, contra o São Bernardo, passou 42 minutos jogando de ponta direita. Lúcio é o único craque do elenco paranista. Precisa ser tratado como tal, com liberdade para criar, um esquema que permita a ele usar seu futebol para time. Ah, sim, e ter Rubinho ao lado desde o início dos jogos.

7) Não atrasar salários
Começo e termino com pontos óbvios. Todos esses anos de Paraná na Série B tem sido marcados pelo atraso de salário em algum momento da temporada. Não pode repetir. O clube tem dinheiro entrando do aluguel das Vilas para o Atlético e a capitalização do elenco na bolsa de valores. Vai desafrouxar o nó das dívidas com o dinheiro do leilão do Tarumã. Salário em dia faz a diferença na Série B. O Paraná sabe de cor como isso funciona para mal. Precisa fazer funcionar para o bem.

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