Como disse Jérôme Valcke, o "autor" da foto: a bola está com Curitiba. (Foto? @jeromevalce)| Foto:
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Há uma semana a Fifa deu o ultimato a Curitiba. Ou a cidade põe para andar a obra da Arena da Baixada, ou será excluída da lista de sedes da Copa do Mundo de 2014. A data decisiva é 18 de fevereiro, quando começa o workshop de treinadores no Costão do Santinho e a entidade precisa ter segurança de que a obra estará pronta a tempo de serem preparadas todas as estruturas temporárias e de infraestrutura necessárias para o Mundial (parte de TI, estruturas de mídia e hospitalidade etc.).

 

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Para marcar a primeira semana do plano emergencial e preparar o que vem por aí nos próximos 21 dias, o Bola no Corpo seleciona sete frases, sete números e sete personagens que ajudam a entender a força-tarefa para manter Curitiba na Copa. E, claro, lá no fim da o seu pitaco sobre a missão Arena.

 

7 frases

“É uma pressão necessária para que as coisas se ajustem e o estádio fique pronto no prazo. Estamos a poucos meses da Copa e não temos o orçamento e o cronograma definitivos. É um projeto que tem problemas desde o início”

Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba, apoia a visita de Jérôme Valcke, marcada para o dia seguinte (segunda-feira, 20).

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“A situação atual do estádio não é do nosso agrado. Não apenas está muito atrasado, mas foge a qualquer bom cronograma de entrega para a Fifa a tempo de uso na Copa”

Jérome Valcke, secretário-geral da Fifa, no ultimato que define 18 de fevereiro como o dia para definir se Curitiba segue como sede da Copa (terça-feira, 21).

 

“O que pode acontecer é financiamento pela Fomento, BNDES, desde que com a apresentação das garantias devidas. Não é falta de boa vontade. É condição legal, não pode”

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Mario Celso Cunha, coordenador-geral de Copa no Paraná, descarta qualquer injeção direta de dinheiro público na obra da Arena (terça-feira, 21).

 

“Se Curitiba não concluir estádio, seus jogos da Copa poderiam vir para Natal. Datas compatíveis para très jogos. Conversar com a CBF”

Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara, planeja usar a inauguração da Arena das Dunas para fazer lobby pelos jogos de Curitiba (quarta-feira, 22).

 

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“O que posso dizer para os torcedores é que eles ainda podem comprar ingressos e reservas voos para os quatro jogos em Curitiba sem se preocupar”

Jérôme Valcke, dois dias depois do pito, demonstra confiança em Curitiba (quinta-feira, 23).

 

“Contratação de 600, 700 homens… Isso é fantasia. Sem dinheiro em caixa não se faz obra”

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, e a arte de apagar incêndio com gasolina (quinta-feira, 23).

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“O tripartite não foi cumprido. Eu não vou pagar essa conta sozinho”

Petraglia de novo, indicando qual será o grande nó da conclusão da obra (quinta-feira, 23)

 

7 personagens

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Fábio Carvalho, engenheiro da Arena Estádios

É o homem do COL na Arena. Braço-direito do consultor de estádios da Fifa, Charles Botta, vinha desde setembro alertando para o ritmo lento da obra. Chegou a Curitiba quinta-feira passada e fica por aqui pelo menos até 18 de fevereiro.

 

Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético

Idealizador da Copa em Curitiba, passa por ele a liberdade que Luiz Volpato e Carlos Arcos terão para tomar decisões dentro do comitê gestor da obra e também os compromissos que o Atlético assumirá para novos empréstimos. Nas reuniões, tem sido totalmente colaborativo para que a reforma ande.

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Cassio Taniguchi, secretário estadual do Planejamento e Coordenação Geral

Principal interlocutor de Petraglia no governo estadual, é quem pode abrir as portas para novos financiamentos da Fomento Paraná ao Atlético.

 

Luiz Fernando Jamur, integrante do Comitê Gestor da obra

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Representante do governo estadual na comissão tripartite, é conhecido pelo rigor no acompanhamento de orçamentos. É o homem que pode botar uma lupa nas contas da obra e encontrar alguma inconsistência.

 

Joel Neto, procurador-geral do município

Esteve na mesa em todas as negociações do plano emergencial para manter a Arena na Copa e vai nesta terça-feira à Fomento Paraná conversar com o presidente da agência, Juraci Barbosa, sobre a concessão de novos créditos ao estádio. É o interlocutor do prefeito em questões políticas e financeiras da obra.

 

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Reginaldo Cordeiro, secretário municipal de Copa

Engenheiro civil, é quem coordena o fluxo de informações da obra para o prefeito Gustavo Fruet. E é quem leva as demandas do prefeito para o trabalho da comissão.

 

Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa

No dia 18 de fevereiro, é quem receberá as informações dos engenheiros e dirá se Curitiba segue na Copa ou não. O não-cumprimento dos cronogramas anteriores deixou Valcke muito perto de excluir a cidade já na visita da semana passada.

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7 números

1.084 operários

Atualmente, essa é a força de trabalho do canteiro da Arena. O comitê gestor da obra analisa quanto deste contingente está efetivamente ativo para, aí sim, abrir novos turnos e atender a recomendação da Fifa de ter de 50 a 70% a mais de operários.

 

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R$ 319 milhões

É o orçamento atual da Arena da Baixada, que está sendo auditado a pedido da Fomento Paraná. Mas não é o orçamento final do estádio. O comitê da obra já trabalha com uma fatura de R$ 330 milhões, que ainda pode crescer.

 

R$ 6,5 milhões

É quanto ainda falta o BNDES liberar do crédito de R$ 131,1 milhões cedido à obra da Arena. O dinheiro deve sair nos próximos dias e, somado aos R$ 39 milhões repassados pela Fomento Paraná há uma semana, garante o fôlego financeiro da obra até o fim de fevereiro.

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R$ 53,6 milhões

É o mínimo que a Arena ainda precisará para ser concluída. Atlético, prefeitura e estado têm um mês para definir de onde virá esse dinheiro, quem fará o pagamento e fazer com que ele fique efetivamente disponível no caixa da obra sem que o trabalho no canteiro seja interrompido.

 

33,3%

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Na entrevista à Rádio CAP, quinta-feira passada, Petraglia disse repetidas vezes que considera que o acordo tripartite entre Atlético, prefeitura e governo do estado deve valer para cada centavo empregado na obra. O poder público considera que vale apenas para o orçamento de R$ 184,6 milhões e que qualquer diferença deve ser paga pelo clube. Um impasse com potencial de travar a obra.

 

5/2

Dia-chave para a Copa em Curitiba. É quando haverá uma reunião da sede com o COL sobre TI, telecomunicações, mídia e estruturas temporárias. A grande preocupação da Fifa com a demora na entrega do estádio é que estes itens não sejam testados a tempo para o Mundial. Também é no dia 5 de fevereiro que a cobertura do estádio precisa estar pronta, para que haja tempo suficiente para concluir a laje do setor Brasílio Itiberê.

 

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18/2

É a data em que Curitiba terá de provar à Fifa que tem condições de seguir como sede da Copa do Mundo.

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Como escrevi semana passada, sigo acreditando que, após o chute no traseiro dado por Valcke, a obra na Arena entrará nos eixos e Curitiba terá quatro jogos da Copa. O prejuízo com a exclusão (menor da Fifa, maior da cidade, do município e da União) fará com que as coisas andem. A grande casca de banana é dinheiro. Não há um acerto sobre quem arcará com a diferença de orçamento. Este descompasso é capaz de postergar a concessão de novos empréstimos em um momento em que Curitiba não tem o direito de perder tempo se quiser estar na Copa.