O empate entre Coritiba e Cianorte deixa uma pauta extensa para análise. Júnior Urso, arbitragem, elenco… Enfim, muitas coisas a falar, então já aviso que será um post longo. Respirem fundo e vamos em frente.

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Apito


Goleiro Fabrício, do Cianorte, defende o pênalti cobrado por Rafinha
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Foi o quinto jogo do Coritiba neste Paranaense em que o adversário saiu de campo reclamando de ter sido prejudicado pela arbitragem. O grande número de polêmicas em apenas oito rodadas tem servido de munição para que se insinue a existência de um esquema para levar a taça para o Alto da Glória. Não vou ser leviano de falar em esquema. Porque não há prova disso e porque, na minha opinião, em nem todos os lances houve erro – e onde houve, nem sempre eles foram escandalosos.

Considero o pênalti dado a favor do Coritiba hoje (que Rafinha bateu com uma displicência de quem parecia consciente de ter sido ajudado) e o não marcado para o Rio Branco, no domingo, os erros mais graves. Especialmente o de domingo, na cara do auxiliar número 2. Sei que muitos discordam, mas não acho que houve pênalti a favor do Londrina. Mantenho o que escrevi semana passada: Alexandre e Artur caíram antes do choque. E os lances dos jogos contra Paranavaí (a bola que Vanderlei puxou de dentro do gol) e Corinthians-PR (impedimento inexistente em um ataque que resultou no que seria o gol de empate do Timãozinho) foram rápidos e difíceis o suficiente para explicar o erro. Nem tudo que é claro no quinto replay é claro visto de dentro de campo em tempo real.

O grande problema é o efeito da repetição de lances polêmicos com o mesmo desfecho. Causa insegurança nos outros times. Permite a quem quiser enxergar uma operação orquestrada, que, infelizmente, encobre o que é mais evidente: a arbitragem paranaense é fraca. Há mais de uma década vivemos de Héber e Roman, que daqui a pouco vão parar sem deixar herdeiros. As apostas para o lugar deles fracassaram (o próprio Edivaldo Elias da Silva, que apitou hoje em Cianorte foi uma) e não há no horizonte ninguém que possa substituí-los a curto prazo. Até que se prove o contrário, os erros (supostos ou reais) nos jogos do Coritiba derivam de má qualidade da arbitragem, não de má-fé.

Elenco
Na coletiva após o jogo, Marcelo Oliveira falou que as dificuldades do Coritiba neste início de Paranaense têm relação com a negociação de alguns titulares. Um risco que havia sido apontado neste blog, por vários outros colegas de imprensa e por muitos torcedores, mas fora refutado com veemência por Felipe Ximenes.

Oito jogos depois, não resta dúvida de que o desmanche foi profundo demais. Marcelo Oliveira não consegue simplesmente colocar as peças que chegaram e reproduzir o jogo do ano passado. O estilo de jogo de quem veio não bate com o de quem partiu. É necessário achar outro caminho, que pode até levar o Coxa de 2012 tão ou mais longe que o do ano passado. Mas será preciso tempo, paciência e contratações. Hoje, o Coritiba tem um time menos pronto que o Atlético.

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Júnior Urso
Outra boa do Marcelo Oliveira foi dizer que gostaria de vencer o jogo com um gol do Júnior Urso. Tirada espirituosa, mas que condensa demais uma questão mais complexa. Júnior Urso não era um cabeça de bagre porque não vinha dando conta de substituir Léo Gago nem viraria a solução para o meio-campo alviverde caso o Coxa vencesse com um gol dele.

Júnior Urso é um bom primeiro volante. Um carrapato. Uma máquina de desarmar. E só. Não se pode cobrar dele saída de bola, lançamentos, finalização. No Paraná, ele era o jogador mais recuado de um trio que tinha Everton Garroni e, principalmente, Serginho saindo mais para o jogo. Se Urso foi contratado para substituir Léo Gago, foi mal avaliado. Se é visto como o homem da transição no time, está sendo mal escalado. Júnior Urso disputa vaga com Willian. E não há gol que faça mudar essa realidade.

Contas
Coritiba e Cianorte viraram passageiros na disputa do título do primeiro turno. Não dependem mais de si para superar o Atlético. O Coxa tem de vencer o Atletiba, fazer o serviço nos dois outros jogos e secar o Cianorte. O Leão precisa fazer sua parte e torcer pelo Alviverde no clássico. Difícil achar um coxa ou um atleticano que, antes do campeonato, imaginasse este cenário.

Camisa
Momento fashion do post: o uniforme preto do Coritiba é muito, muito feio. E pela tevê, o laranja do BMG parece vermelho.