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A cadeira de balanço do Vovô


Quando eu era criança havia uma cadeira de balanço na minha casa. Adorava ficar lá balançando, até ver que por mais força que eu empregasse, ela sempre voltava para o lugar, no seu vaivém interminável. Um saco.

O Coritiba do Brasileirão é idêntico a uma cadeira de balanço. Segue em um vaivém eterno, ora mais intenso, ora extremamente monótono, mas sempre repetitivo, vagando entre o 8º e o 12º lugar.

Os três últimos jogos foram assim. Perdeu para o Atlético Goianiense, ganhou do Corinthians, perdeu para o Vasco. Os três anteriores também foram assim. Os três próximos provavelmente serão. E assim o Coxa parece condenado a seguir até o fim do campeonato.

Às vezes um elemento novo é incluído. Contra o Dragão, semana passada, e hoje, contra o Vasco, o Coxa passou mais tempo com a bola no pé, foi melhor em alguns momentos, mas perdeu. Hoje perdeu basicamente porque havia um craque em campo, chamado Juninho Pernambucano, que resolveu a partida em duas bolas paradas. (Li algumas reclamações sobre as faltas não terem acontecido. A primeira foi falta, a segunda eu não vi)

O Coritiba também perdeu por causa de graves problemas no ataque. O time tinha a posse de bola, mas finalizou pouco. Quando finalizou, parou em Fernando Prass. Quando passou de Fernando Prass, parou no auxiliar, que anulou incorretamente o gol de Bill já nos acréscimos do segundo tempo, quando o máximo que o Coxa poderia conseguir era melhorar o saldo de gols.

Marcelo Oliveira até tentou reforçar o ataque. Voltou para o segundo tempo em um 4-3-3 que eu não via desde quando brincava na cadeira de balanço. Leandro Donizete de volante, Tcheco de armador, Marcos Aurélio de ponta de lança; Everton Costa de ponta direita, Bill de centroavante, Rafinha de ponta esquerda.

O problema do Marcelo Oliveira não está na montagem do time (exceto a final da Copa do Brasil e o jogo com o São Paulo). Falta a Marcelo dar o choque elétrico capaz de fazer o Coritiba levar para os jogos fora de casa a mesma energia das partidas no Couto. No Alto da Glória, mesmo sem jogar bem, o Coxa dá um jeito de vencer. Precisa ter a mesma ambição fora.

Marcelo Oliveira não parece ter esse perfil. Lembra Oswaldo de Oliveira, o mais blasée de todos os técnicos brasileiros. Oswaldo entende de bola, mas não consegue chutar a porta do vestiário quando necessário. Não é à toa que ele é rei no Japão, onde a disciplina oriental dispensa o boleirês. Marcelo Oliveira também já deu mostras de que entende de bola. Mas diante de um elenco com forte apreço pela inércia, não consegue ser nada além de um empurrador de cadeira de balanço.

*****

Hoje não tem notas. Peguei o jogo lá pelos 15 do primeiro tempo (participação na TV + rodízio veicular) e aí a avaliação individual fica distorcida.

Destaco apenas que gostei da participação do Luccas Claro. Vi alguns bons jogos dele na base, sempre tive curiosidade de vê-lo ganhar espaço no profissional. Foi muito bem. Sério, firme, concentrado. Merece novas oportunidades.

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