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O Arapongas fez uma das melhores preparações entre os clubes do interior. Chegou ao Alto da Glória com três vitórias e um empate. Era, potencialmente, o primeiro teste de verdade do Coritiba no Paranaense. Então a bola rolou, e o Arapongão deu bem menos calor no Coxa que os 34 °C registrados nesta tarde em Curitiba. O que indica que o abismo entre os pequenos e os grandes do estado (ou pelo menos o Coritiba) é alguns palmos maior do que imaginávamos – quem sabe o Cianorte desminta isso amanhã. Nada que impeça ver algumas coisas boas – e pelo menos um problema – na exibição coxa-branca.

O que mais chama atenção é o resultado imediato do trabalho feito por Marcelo Oliveira nos treinamentos. Ontem, Lincoln foi o único titular a treinar. Sua planilha de atividades: treinar cobranças de falta e chutes de longa distância. E como saiu o primeiro gol do Coritiba? Chute de longa distância de Lincoln.

Nestas cinco rodadas iniciais de Paranaense, o trabalho de Marcelo Oliveira já apareceu claramente nos gols de rebote que o time tem feito (6 de 16) e na transformação visível de Lucas Mendes em lateral-esquerdo, acentuada desde a pré-temporada em Foz.

Ok, você pode falar que é obrigação de Marcelo Oliveira, ele ganha para isso. Concordo em partes, pois poucos treinadores têm peito para mandar um medalhão com Lincoln treinar chute a gol em véspera de jogo ou paciência para ensinar um zagueiro a cruzar. Mais fácil deixar o medalhão ganhar uns trocos apostando quem chuta mais bola na trave depois do rachão ou dar um soco na mesa do dirigente cobrando um lateral pronto. Marcelo Oliveira trabalha bem com o que tem em mãos e não é de hoje.

Intervenção do treinador à parte, Lincoln jogou muita bola. Além do gol, fez um lançamento espetacular para Marcel anotar o segundo, sofreu um pênalti que o árbitro não deu e armou o meio-campo quase sempre com um toque só na bola. Renan Oliveira fez mais um bom jogo, Rafinha idem (fora o gol com uma torturante paradinha para tirar o goleiro do lance) e Marcel é isso: se a bola chegar, alguma ele põe pra dentro; não é genial, mas é melhor que Bill.

Lá no começo mencionei que algo não funcionou bem. Então, se o Arapongas não era tão bom quanto parecia, pelo menos foi bom o suficiente para mostrar que o meio-campo com apenas um marcador especialista, Willian, precisa ser mais bem trabalhado.

O Arapongas tocou muito a bola no primeiro tempo e tocando a bola envolveu o meio-campo alviverde até chegar ao gol. Sandro atravessou a marcação como faca quente em manteiga fresca e lançou Léo Itaperuna livra, com Jackson, Emerson e Pereira correndo, atordoados, atrás dele. Vanderlei trombou com o atacante, a bola sobrou para Sandro e o Arapongão empatou.

Para o jogo em si, o gol de empate deu apenas uma pitada de dúvida: Será que o Arapongas interromperá a sequência de vitórias do Coxa no Estadual, iniciada logo após um empate com o próprio Arapongas? Não interrompeu. Já são 22 vitórias e 38 jogos invictos no total.

Mas fica um ponto a ser trabalhado. O Coritiba terá muitas dificuldades de marcação no meio-campo quando pegar um adversário realmente bom. Duvida? Sugiro buscar no YouTube a derrota por 4 a 3 para o São Paulo, ano passado, no Couto Pereira. Tem alguns gols paulistas parecidos com o gol feito hoje pelo Arapongas.

É mais uma missão para Marcelo Oliveira cumprir ao longo dos treinamentos, exatamente como fez ontem com Lincoln e tem feito com Lucas Mendes desde a pré-temporada. Em último caso, fica a dica do Cristian Toledo, na 98: tem um cara que serve como uma luva para o meio-campo alviverde, com qualidade reconhecida e que está com problemas no clube dele. O nome? Léo Gago.

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