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Se existisse um museu do futebol paranaense, ele só seria completo se dedicasse uma ala às maquetes e projetos do Pinheirão. Já foram tantas que estudantes de engenharia e arquitetura até poderiam estudar os padrões de edificação de cada época e a evolução dos programas de montagem dos modelos.

Lembro bem de quando eu era criança, nos anos 80, passar várias vezes ao lado do Pinheirão e ver um outdoor imenso, com a imagem do que seria o estádio completo. Era um colosso, um Maracanã das Araucárias, com dois anéis lotados, carros em volta e um Atletiba disputado dentro de campo. Devo ter adquirido alguns torcicolos girando o pescoço para ver a maquete de dentro do carro.

Houve, muito antes disso, o projeto original do Lolo Cornelsen, este, sim, uma cópia quase perfeita do Maracanã. E os projetos mais recentes, apresentados pelo Moura em 2007. Um desenho mal acabado pregado em uma cartolina, como nos mais relaxados trabalhos de escola. Não podia mesmo dar certo. Na mesma época um escritório de arquitetura apresentou outras imagens, muito bem feitas, mas igualmente natimortas.

Agora, surgem novos projetos para alimentar o imaginário em torno do estádio. A Gazeta do Povo de hoje mostra algumas imagens dos projetos para o novo estádio, mais um trabalho de primeira linha do André Pugliesi. Em duas delas fica claro que o objetivo é oferecer a praça de esportes ao Coritiba, nada que seja uma surpresa a essa altura do campeonato.

Mas, por enquanto, as imagens não passam de mais um dos inúmeros projetos de conclusão do Pinheirão. Ainda há uma compra a ser finalizada, contratos a serem assinados, uma estrutura inteira a ser demolida e outra a ser erguida.

A prudência da diretoria coxa-branca neste episódio é exemplar. Várias promessas relativas a estádio foram feitas por diferentes direções do Coritiba nas últimas décadas e o clube segue no Couto Pereira de sempre (sim, eu sei, não é o de sempre, muito foi feito no estádio, mas a obra mais esperada de todas, a conclusão do terceiro anel, nunca passou de projeto, é a isso que me refiro). Por mais que tudo indique para a mudança do Coritiba para o Pinheirão, melhor esperar tudo estar assinado para fazer alarde e soltar rojão. A última coisa que o Coritiba precisa é ser mais um a ficar com uma maquete do Pinheirão no colo.

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Abri o texto falando de museu do futebol paranaense e lembrei que existe (ou existia) ou no Pinheirão. E fiquei realmente preocupado com esse acervo. O estádio está lacrado há mais de quatro anos. Em que estado estará aquele monte de troféus, flâmulas e outras relíquias guardadas lá? Sinceramente, não sou muito otimista quanto ao estado atual. Torço apenas para que tudo ainda este recuperável. E que o novo dono do estádio dê a devida atenção a recordações importantes da história do futebol paranaense.

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