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Coritiba e Gisele: almoço no Maggiore, caça ao jacaré, aeromodelismo e nada de bola na rede. (Foto: Reprodução/ Instagram)
Coritiba e Gisele: almoço no Maggiore, caça ao jacaré, aeromodelismo e nada de bola na rede. (Foto: Reprodução/ Instagram)| Foto:

Convido o leitor a um exercício de imaginação. Em um domingo de sol como ontem em Curitiba, você tem a oportunidade de passear com a Gisele Bündchen pelo Barigui. Como está sol, todos os seus amigos estão lá. Veem com inveja e orgulho vocês caminhando de mãos dadas, em ritmo lento, pela pista de cooper. Almoço no Maggiore, foto na ponte de madeira, pedalinho no lago, uma procura infrutífera e divertida pelo jacaré, alguns minutos pilotando um aviãozinho barulhento na pista de aeromodelismo. Tudo muito bonito, até o sol se pôr e, embora seus olhos insistam em procurar o rumo da Rodovia do Café ou, pelo menos, das churrasqueiras do parque, Gisele lhe dá um fraternal beijo no rosto e vai embora. Ela volta para o Tom Brady e você, para sua vidinha modorrenta.

 

Essa alegoria maluca me veio à cabeça enquanto refazia mentalmente os 90 e tantos minutos de Cruzeiro x Coritiba. O Coxa teve longos momentos de posse de bola e domínio territorial. Chance clara de gol mesmo, porém, apenas uma bola casual na trave e o cruzamento que Keirrison não conseguiu aproveitar. Ter posse de bola sem penetração é inútil. E já que estamos nesta seara de analogias, satisfazer-se com isso é querer convencer alguém de que você comprou a Playboy para ler a entrevista.

 

 

Coritiba e Gisele: almoço no Maggiore, caça ao jacaré, aeromodelismo e nada de bola na rede. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Coritiba e Gisele: almoço no Maggiore, caça ao jacaré, aeromodelismo e nada de bola na rede. (Foto: Reprodução/ Instagram)

O discurso de Marquinhos Santos após o jogo seguiu essa linha. Exaltou a posse de bola, viu mérito para o Coritiba empatar, apontou o dedo para o Cruzeiro chegando somente no contra-ataque, aplaudiu a marcação pelas laterais. Como a essa altura Marquinhos já deve ter visto ao menos uma vez o teipe do jogo, certamente começou a rever sua avaliação. Assistirá a tudo mais duas vezes até a partida com o Grêmio e ajustará o foco para um retrato mais real da partida.

 

Victor Ferraz e Diogo foram atropelados por Mayke e Everton Ribeiro; Egídio e Luan, respectivamente. Faltou cobertura. Não foi apenas no gol que Robinho deixou Diogo sozinho. Robinho já provou que sabe ajudar o lateral na marcação. Sábado não deu certo? Então que se ajustasse, com Gil passando para o setor. Sem neuras nem traumas.

 

O Cruzeiro chegou muito no contra-ataque porque deixava com facilidade o meio-campo do Coritiba para trás quando tomava a bola e tinha a porta aberta nas laterais. Perdeu dois gols claros, com Everton Ribeiro e Vinícius Araújo (ótimas defesas de Vanderlei, redimindo-se do gol com juros e correção monetária). Com Nilton e Souza, marcou com eficiência Lincoln, que não foi sombra do craque do jogo de quarta-feira, com a Ponte Preta.

 

Zé Rafael era uma opção viável no banco para mudar esse cenário. Fosse ajudando Lincoln na armação, fosse furando o bloqueio cruzeirense com a bola carregada até a área. Marquinhos preferiu Artur. Uma flecha em um time sem arco. E que nem flecha foi, pois entrou como um segundo centroavante.

Dividiu com Keirrison a ilha ofensiva de um Coritiba que passou bons momentos passeando de mãos dadas com a Gisele Bündchen no Barigui. Mas a devolveu ao Tom Brady sem nem uma marquinha de dedo na lataria.

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