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Dado Cavalcanti, técnico do Paraná, com um rádio na cintura: proibição tecnológica.
Dado Cavalcanti, técnico do Paraná, com um rádio na cintura: proibição tecnológica.| Foto:

Dado Cavalcanti, técnico do Paraná, com um rádio na cintura: proibição tecnológica.

O Campeonato Brasileiro voltou no fim de semana com novas normas de impedimento, número de jogadores no banco de reservas e comunicação entre comissão técnica e atletas.

 

As normas de impedimento estão bem explicadas e ilustradas em vídeo no Blog do Gaciba. Na prática, aumentou o tempo de espera para o auxiliar marcar determinados impedimentos. No Atlético x Grêmio de sábado, foram três lances em que o assistente esperou a bola ser recebida por algum atacante para efetivamente levantar a bandeira.

 

Aumentar para até 12 o número de jogadores no banco é algo que deve ser comemorado pelos treinadores e lamentado pelos departamentos financeiros.

 

Para os técnicos, é a chance de eliminar os longos exercícios mentais para compor um banco com sete jogadores que cubram todas as posições. Agora, dá para levar um reserva para cada titular. Acaba a necessidade de improvisação. E também acaba uma fonte de desculpa para intervenções desastradas durante a partida.

 

Bom para os treinadores, o banco ampliado é prejuízo certo para os clubes. Primeiro porque nem todos os estádios têm bancos de reservas que acomodem 12 suplentes. O Paraná mesmo terá de fazer adaptações na Vila Capanema.

 

O segundo aspecto é ligado a viagens. Os clubes usualmente levam 19 atletas para jogos fora de casa. Levar mais quatro reservas significa gasto maior com passagem aérea, hospedagem e alimentação. Um custo que nem todas as equipes têm condições de arcar. Especialmente fora da primeira divisão nacional e nos estaduais, veremos times visitantes com sete atletas no banco contra mandantes com opções para todas as posições. Cria-se um desequilíbrio técnico que faz a mudança toda ser questionável.

 

A terceira determinação é, de longe, a mais inexplicável. Não permitir que atletas e comissão técnica se comuniquem eletronicamente está correto. Mas proibir essa troca de informações dentro da comissão técnica não faz o menor sentido.

 

Alguns treinadores dizem que a regra não é clara e que proibir a comunicação com os auxiliares é um erro de interpretação. Discordo. O texto é bem explícito, conforme vocês mesmo podem ver na reprodução abaixo (está em espanhol porque a CBF ainda não providenciou uma versão em português do livro de regras 2013/2014).

“Se prohíbe el uso de sistemas electrónicos entre los jugadores y/o el cuerpo técnico.”

 

A chave é o “e/ou”. Se ele está aí, é porque se proíbe o uso de sistemas eletrônicos entre jogadores, entre jogadores e comissão técnica, entre a comissão técnica. É um absurdo, mas é o que está escrito.

 

O uso de um auxiliar numa posição elevada já se tornou algo corriqueiro. Há uma diferença enorme entre o jogo visto da cabine e o da beira do campo. Muda totalmente a noção tática do que está acontecendo no gramado. Cria-se uma condição de melhorar o desempenho do time e o jogo em si com a partida em pleno andamento. Ao proibir esse artifício, a Fifa impõe um retrocesso ao futebol. Torna o espetáculo que lhe dá tanto dinheiro mais pobre.

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