Giancarlo comemora o primeiro gol paranista diante do Vila Nova
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Escrevi algumas vezes que o Paraná precisava de um 9 mais cascudo em Série B para brigar pelo acesso até o fim. Hoje, dou o braço a torcer. A suada vitória por 2 a 1 sobre o Vila Nova – como toda a vitória na Segundona que se preze é – me convenceu de que Giancarlo é esse camisa 9.

Giancarlo não foi genial. Genialidade é qualidade reservada apenas para atacantes da asséptica Série A e suas transmissões em HD. Giancarlo foi eficiente, trombador, matreiro e peleador. No primeiro gol, foi ao limite da legalidade para tirar com o corpo o marcador e dar um biquinho capaz de acrescentar uma pitada de Segundona à jogada de Copa do Mundo feita por Jefferson Maranhão. Lembrou ao Vila Nova, até então melhor em campo, que na Segunda Divisão ganha quem sabe decidir, não necessariamente quem joga melhor.

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No segundo tempo, Giancarlo mostrou outra virtude necessária a um 9 da Segundona. Camisa 9 de Série B precisa ter sangue frio para levar cutucão, cuspe e xingamento do zagueiro sem meter o cotovelo na cara dele. E ainda encontrar espaço para chutar a gol ou servir os companheiros. Giancarlo chutou, mas errou o alvo. Então deu um tapa certeiro para Lima marcar o segundo gol.

A vantagem desenhava uma facilidade que não é permitida a quem luta para subir. O Vila Nova descontou de pênalti. Tensão no ar. E lá foi Giancarlo resolver de novo. Primeiro lançou seu corpanzil ao chão, ameaçou pedir substituição, deu uma bela esfriada no Vila Nova. Depois, aniquilou os acréscimos prendendo a bola lá na bandeirinha de escanteio, mantendo sob controle, debaixo de seus pés a vitória tricolor.

Giancarlo já fez de tudo um pouco. Foi goleiro de futsal, jogador de vôlei (tem 1,91 m!), camisa 9 do Iraty de Mano Menezes (!!), artilheiro do Gauchão e do Paranaense. Jogou na Itália e no Uruguai. No Nacional, é verdade, não deixou saudade. Foi eleito pelo site de torcedores Todo Nacional um dos maiores anti-ídolos da história do clube. A descrição da comemoração do seu único gol pelo time é épica, reproduzo abaixo, em espanhol mesmo.

A lo goleador pescó un rebote y le dió los 3 puntos vitales a Nacional, pero eso no es todo, el recuerdo más importante que dejó Giancarlo en el corazón de los hinchas fue su festejo. Sin hacer ninguna pirueta ni nada preparado ya que el jugador no lo podía creer, improvisó en el momento, se sacó la remera y la revoleó pero no gritó el gol con mucho esfuerzo. Seguramente Giancarlo no se dio cuenta lo que enfocaban las cámaras de Tenfield, todo Uruguay fue testigo de su panza prominente al mejor estilo cervecero con cero trabajo físico, hombros caídos y por si fuera poco días atrás había tomado sol con una musculosa puesta lo que dejaba en evidencia un “blanco teta” en el pecho y un bronceado caribeño en los brazos que lo debe haber conseguido en el Chuy o alguna playa de la zona.

Pois se algum torcedor do Nacional viu a partida de hoje, na Vila Capanema, certamente sentiu remorso. Percebeu – assim como esse blogueiro – que a camisa 9 do Paraná veste um atacante digno de uma competição em que raça e malandragem valem muito mais que técnica e plenitude física.

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