Apresentação feita, vamos ao que interessa. Não sou muito de controlar o número de posts por clube. Procuro escrever sobre todos, mas sempre vai haver períodos em que um time será mais assunto do que outro. Simplesmente porque o noticiário está mais quente ou tem mais história para contar de um ou de outro. Espero que vocês entendam. De qualquer forma, sei que alguns vão me xingar por isso – e só eu vou saber, pois comentários com palavrão não serão liberados. Em alguns casos eu vou ignorar e seguir em frente, em outros vou admitir que estou negligenciando ou supervalorizando alguém e darei uma reequilibrada nas coisas.

CARREGANDO :)

Mas como estou começando as atividades, vou abrir com um pitaco sobre cada um. Depois, vou postando individualmente e segue o baile.

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Coritiba x Vasco é uma decisão especial para o futebol paranaense. É um dos raros momentos (infelizmente) em que temos um clube nosso em uma final importante e também é a primeira chance de um dos nossos ganhar um grande título diante da própria torcida. Mas impressiona como algumas situações se repetem a cada decisão.

Li no IG uma matéria sobre a festa que o Vasco, na surdina, já preparou para o título. Algo normal. Tão normal que o Coritiba também já deve ter a sua esquematizada. Ou alguém acha que, no calor da conquista do título, alguém vai sacar um celular do bolso e sair catando um lugar para fazer a festa?

Não deveria, mas isso acabará servindo como munição para instigar os jogadores e a torcida do Coritiba. No futebol funciona, na vida normal não. Talvez por isso muitas vezes o futebol seja tão mais bacana que a vida real.

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Outra tática de final manjadíssima é guardar a escalação até minutos antes da partida. Marcos Aurélio joga? Eu não sei, mas certamente Marcelo Oliveira sabe. E só vai contar minutos antes do jogo, para confundir Ricardo Gomes. Funciona? Até certo ponto, sim. Qualquer técnico minimamente inteligente manja o posicionamento da “arma secreta” em cinco, dez minutos no máximo. Se o Coritiba souber aproveitar esse tempo de adaptação do adversário, já dará um belo passo para reverter o 1 a 0.

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Semana passada, escrevi que Marcos Aurélio precisava ir para o jogo. A atuação de Leonardo domingo me fez mudar um pouco de ideia. Ele foi o velho Leonardo, atento, se deslocando pelo ataque, servindo os companheiros. Este Leonardo dá conta do recado. Não o Leonardo sonolento dos jogos anteriores. Apostaria nele, com Marcos Aurélio no banco, para entrar no segundo tempo. E Eltinho na lateral-esquerda, como bem lembrou o Cristian Toledo. Anotou ai, Marcelo?

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O Paraná deveria ter demitido Ricardo Pinto ao fim do Paranaense. Não pelo rebaixamento em si – Ricardo pegou o time afundado e quase conseguiu salvá-lo –, mas pela pouca experiência para comandar um clube em um momento tão delicado. Eu esperava nomes com mais experiência e capacidade, apesar da clara dificuldade em oferecer um grande salário. E fiquei chocado ao ler que os especulados são Gilberto Pereira, Neguinho, Heriberto da Cunha e Barbieri.

Gilberto tem mais quilometragem que Ricardo Pinto, mas talvez já tenha passado um pouco o momento dele. É mais ou menos como contratar Rogério Perrô hoje, não em 2008, quando ele se destacou com o Toledo no Paranaense e foi contratado pelo Paraná – e deu errado.

Neguinho é mais inexperiente que Ricardo Pinto. Não consigo enxergar outra razão para contratá-lo que não seja a simpatia que o Vavá Ribeiro tem por ele.

Heriberto da Cunha tem um currículo pobre. Seus grandes feitos foram um acesso em 2006 (com o América-RN) e um título estadual em 2008 (com o Fortaleza). Não pode nem ser colocado na categoria emergente.

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Barbieri está em uma situação não muito melhor. Seu último título foi o Estadual de 2006, pelo Paraná. Sua carreira parecia que iria decolar, mas arremeteu. Talvez seja a melhor aposta. Voltar a um ambiente que traz boas recordações é sempre um impulso ao trabalho.

Ainda assim, seria uma aposta. Como também era Ricardo Pinto.

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Peço licença aos atleticanos para copiar a mim mesmo e reproduzir um texto que publiquei domingo, na casa antiga do Bola no Corpo, sobre o Paulo Baier. O título lá era “Um banco para Baier”.

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Dá gosto de ver Paulo Baier jogar. Ele não é um craque. Sua maestria está em descobrir atalhos. Em um futebol cada vez mais corrido, Baier faz o simples: pensa. O raciocínio tira os zagueiros acéfalos do caminho, economiza energia, garante as vitórias. Paulo Baier dá exemplo para qualquer profissão, faz lembrar que a inteligência ainda prevalece sobre o vigor e a intensidade.

Escrevi o parágrafo acima em 7 de fevereiro. No dia seguinte, ele estava publicado na minha coluna da Gazeta do Povo. Gosto do Paulo Baier. A história dele é exemplar. Era um lateral limitado, que chegou ao fundo do poço com uma suspensão por doping. A partir dali, sua carreira decolou.

À beira dos 30 anos, trocou a lateral pelo meio, foi ídolo no Criciúma e no Goiás. Tornou-se tão cobiçado que foi até contratado pelo Palmeiras. No Atlético, a empatia foi imediata, graças aos seus gols, seus passes perfeitos e sua garra legitimamente rubro-negro. E como se não bastasse tudo isso, o cara ainda tem aquela pinta simpática de tiozão churrasqueiro. Aposto que Baier é tão bom no tempero da costela e no corte da picanha como é na bola parada.

Mas sábado deu aflição ver Paulo Baier jogar. O ambiente já era hostil por natureza, a torcida do Palmeiras é magoada pela má passagem dele pelo Palestra. Mas Baier tem tarimba e bola para superar tudo isso. Ainda assim, jogou mal. Errou passes bobos, demonstrou nervosismo em algumas jogadas. Repetiu o roteiro dos últimos jogos. Tanto que o Atlético melhorou quando ele saiu.

É justamente a este ponto que eu quero chegar. Concordo com o discurso do Adilson Batista na sexta-feira, de que não dá para sair queimando qualquer jogador. E queimar Paulo Baier é uma ingratidão pela importância dele para o Atlético de 2009 para cá. Mas hoje, talvez manter Paulo Baier no time seja queimá-lo. O lançamento não é mais tão preciso, a perna demora um segundo a mais para assimilar a ordem do cérebro, ele não está lá para dar o tapa salvador na bola.

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Paulo Baier ainda pode ser muito importante para o Atlético, mas para isso precisa de um tempo para si mesmo. O Riva tinha um programa especial de treinamento para Baier e ele voava em campo. Não sei esse programa ainda existe. Se a resposta for não, seria bom recuperá-lo. Uma bem aproveitada passagem pelo banco é que o maestro rubro-negro precisa para tirar mais uma vez o time das últimas posições do Brasileiro.

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Ops, os pitacos ficaram mais longos do que deveriam. Vou me controlar das próximas vezes. Se você chegou até aqui, não custa dar uma lida na minha coluna de hoje, aqui na Gazeta do Povo.

O post acabou, mas no twitter o Bola no Corpo não para nunca.