Aqui já teve um Atletiba

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Está mais fácil saber onde não vai ser o Atletiba de Cinzas do que onde efetivamente a bola vai rolar. A Arena da Baixada está fora por causa da reforma para a Copa. Couto Pereira e Vila Capanema estão fora porque ainda não houve acordo pela cessão de um dos dois estádios (embora as diretorias de Coritiba e Paraná sinalizem com a possibilidade de conversar). E o Ecoestádio está, felizmente, a ponto de juntar-se ao grupo, com a Polícia Rodoviária Federal e o ágil Ministério Público se manifestando.

Assim, é considerável a chance de o clássico sair de Curitiba. Uma migração inédita em partidas oficiais, mas não na história do Atletiba. Segundo o Grupo Helênicos, já houve três jogos entre coxas e atleticanos fora da capital, sempre amistosos para inauguração de estádio. “Fui analisar os times utilizados, e apenas no terceiro jogo os dois entraram com time reserva. Nos outros dois jogos, time titular”, destacou Guilherme Costa Straube, integrante dos Helênicos e bom amigo a quem recorri para conseguir as fichas das partidas. Reproduzo as três logo abaixo e acrescento algumas curiosidades.

Coritiba 3 x 1 Atlético
8 de janeiro de 1953, Estádio José Mauri Zen, em São José dos Pinhais.
Árbitro: José Barbosa de Lima Neto. Gols: Miltinho (C), aos 27/1°, Sanguinetti (C), aos 44/1°, Almir (C), e Boluca (A), no 2º tempo.
Coritiba
Pianowski; Fedato e Fábio (Araújo); Márcio, Merlin e Sanguinetti (Ribeiro); Baby, Miltinho, Almir, Osvaldo (Ivo) e Renatinho. Técnico: Eugênio Vani.
Atlético
Silas; La Luna e Guará; Dinho, Paraguaio e Sanford; Ruy (Alcione), Sano, Boluca, Jackson e Acir. Técnico: Alfredo González.

O José Mauri Zen foi por anos a casa do São José E.C., mais tradicional clube de futebol de São José dos Pinhais. O estádio foi herdado no fim dos anos 90 pelo Clube Aliança, sucessor legal do São José. O José Mauri Zen foi desativado e a imagem deste post, captada no Google Maps, indica que o terreno estava sendo preparado para algum empreendimento imobiliário. Não consegui confirmar informação a respeito. Se algum leitor de São José dos Pinhais tiver a resposta, por favor, manifeste-se nos comentários.

Em campo, destaque para a presença de três titulares do Furacão de 49: Jackson e Ruy ainda no Atlético e Sanguinetti, então no Coritiba.

Coritiba 0 x 0 Atlético
8 de maio de 1977, Estádio 1º de Maio, em Laranjeiras do Sul.
Árbitro: Célio Laudelino da Silva. Renda: Cr$ 160.000,00
Coritiba
Noslen; Marquinhos, Vicente, Luís Carlos e Angelo; Isidoro e Caio; Wílton, Adílson (Odilon), Washington e Aladim. Técnico: Diede Lameiro.
Atlético
Altevir; Marinho, Gilberto (Luiz), Alfredo (Ademar) e Cláudio Radar; Gérson Andreotti, Rotta e Arturo; Bira Lopes (Isaías), Catinha (César) e Tadeu. Técnico: Hildo Afonso.

A 368 quilômetros de Curitiba, Laranjeiras do Sul teve a honra de receber o Atletiba mais distante da sede dos dois principais clubes do estado. Em campo, as presenças mais estreladas são Aladim e Alfredo (filho de Caju).

Coritiba 0 x 0 Atlético
12 de agosto de 1988, Estádio Newton Agibert, em Prudentópolis. Árbitro: Bráulio Zanoto.
Coritiba
Gérson (Beto); André, Everaldo, Toninho Carlos e Marquinho; Marildo, Agnelo e João Carlos Maringá; Luís Henrique, Edison Borges e Fernando (Gersinho). Técnico: Dirceu Krüger.
Atlético
Carlos; Odemílson, Alceu, Hílton e Cambé; Wilson Prudêncio, Hélder e Oliveira (Kramer); Serginho, Dicão e Vílson (Juninho). Técnico: Nelsinho Baptista.

No último Atletiba fora da capital (203 quilômetros), os principais destaques são os treinadores – Dirceu Krüger, ídolo coxa-branca, e Nelsinho Baptista, ainda em início de carreira e com o título estadual daquela temporada conquistado 18 dias antes do clássico. Entre os jogadores, nomes que tiveram longas passagens pelos clubes, como Gérson, André, Marildo, Edison Borges, Odemílson, Oliveira e Serginho.

Dos três estádios de fora de Curitiba a abrigar o Atletiba, o Newton Agibert é o único que continua sendo casa de um clube profissional, o Serrano.

Continuo torcendo por uma solução que mantenha o Atletiba na capital e com duas torcidas. Mas, caso o clássico vá para o interior, em qual cidade vocês acham que o jogo deve ser disputado? Londrina? Maringá? Ponta Grossa? Cascavel? Foz?

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Nos comentários do post abaixo, fui questionado sobre empréstimos do Olímpico para o Internacional jogar ou do Beira-Rio para abrigar partidas do Grêmio. Conversei com Daniel Cassol e Douglas Ceconello, jornalistas do ótimo blog Impedimento, e a resposta é a seguinte.

Em 2005, quando o Grêmio estava na Série B e precisou pagar punição de perda de mando de campo, jogou no Beira-Rio… com portões fechados, algo que já aconteceu em Curitiba algumas vezes. Antes de o Beira-Rio ser inaugurado, em 1969, o Inter mandava seus jogos mais importantes no Olímpico. Também situação similar às inúmeras partidas de grande apelo de público que o Atlético levava para o Couto Pereira até adotar ou Pinheirão e até inaugurar a Arena.

Fora isso, nos últimos 43 anos, Grêmio como mandante em Porto Alegre, só no Olímpico; Inter como mandante em Porto Alegre, só no Beira-Rio.