Faltam 12 dias para o Atletiba e, eureka, não está definido o local do clássico.
O Couto Pereira é uma boa ideia. Para as finais, caso o Atlético vença o segundo turno e chegue à decisão contra o Coritiba. Fazer o clássico do dia 21 de abril no Alto da Glória cria uma desigualdade que a FPF não tem o direito de defender.
No início do ano, clubes e federação sentaram à mesa para costurar um acordo para realizar todos os clássicos no Couto Pereira. O acerto esbarrou na exigência do Coritiba de livre acesso para todos os seus sócios, mesmo quando fosse visitante. Paraná e Atlético teriam 15 mil lugares (a curva de fundos inteira), mas renda praticamente nenhuma — somente de ingressos avulsos, cada vez mais raros em grandes jogos.
Sem acordo, fomos para um Atletiba com mando do Coritiba nos moldes normais: 10% dos ingressos para a torcida visitante, a do Atlético.
Se o clássico do segundo turno for no Couto Pereira, a única composição justa seria 10% para o Coritiba. Uma condição totalmente fora de cogitação. Qualquer outra formatação resultaria em um desequilíbrio na divisão da arquibancada, com o visitante de agora, o Coxa, tendo um apoio maior que o visitante do turno.
Mal comparando, é como se, após perceber o absurdo do clássico de torcida única no primeiro turno do Paranaense do ano passado, os clubes decidissem não repetir a fórmula no returno. O Coritiba teria feito um clássico como visitante sem torcida e seria mandante em um clássico com torcida adversária. Nos dois casos, o erro inicial implica em um pacote e tentar consertá-lo no caminho somente mudaria a natureza do erro, mas não anularia a sua existência.
Há soluções viáveis para agora? Claro. O Atlético pode perfeitamente aceitar mandar o Atletiba no Couto Pereira com menos torcida que o Coritiba, talvez visando um benefício futuro, como mandar seus jogos do Brasileiro no Alto da Glória. Seria lícito. Mas obrigaria a diretoria rubro-negra a assumir que está aceitando uma condição desfavorável agora.
Também é possível fazer o jogo em outro estádio. São poucas opções. Arena em reforma, Vila Capanema sem gramado, Ecoestádio sem a menor condição de receber um Atletiba. Na capital, sobraria apenas a Vila Olímpica. O estádio é pequeno para um clássico tão decisivo, a polícia precisaria tomar cuidado extra com os acessos das torcidas, muito próximos uns dos outros no Boqueirão. Mas é uma saída mais aceitável que o Janguito Malucelli.
Isso, ou contar que entre Coritiba e Atlético, um dos dois aceite uma condição desafavorável para o clássico do dia 21. O histórico recente da relação entre os clubes não indica que isso possa acontecer. E tendo em vista a possibilidade de um acordo mais racional tanto para uma eventual decisão como para o Brasileiro, nem vale a pena correr o risco de por tudo a perder pelos nós de um jogo que, infelizmente, já nasceu totalmente enrolado.
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