O adversário era perfeitamente batível e o placar necessário, alcançável. Por isso a eliminação do Atlético na Copa do Brasil deixa para os torcedores a sensação de que era possível ter avançado ao menos mais uma fase.
O balanço rubro-negro na competição, porém, é positivo. Teve mais dificuldade que o recomendável para eliminar uma equipe da Série D. Depois, passou com autoridade por um concorrente da Série B (Criciúma) e um competidor de meio de tabela da Série A (Cruzeiro). Contra outro de meio de tabela da A (Palmeiras), dominou o primeiro tempo em Curitiba, jogou de igual para igual o primeiro tempo em Barueri e foi inferior nos dois segundos tempos (mais na Vila Capanema do que na Arena). Recuperou Guerrón, viu Bruno Mineiro ter bons momentos e Zezinho se consolidar. Passou o recibo de que, com mais alguns ajustes, sobe sem grandes dificuldades, este sim o grande objetivo do ano dentro de campo. E quais são estes ajustes?
Não custa lembrar, mas a diretoria precisa contratar. Renan Foguinho é utilíssimo na dele, como volante, mas na zaga tem dificuldades. É fraco por cima e por baixo comete erros que um zagueiro não pode cometer, como ir seco pra cima de Maykon Leite dentro da área – e tomar uma meia-lua. Faltam opções nas laterais e no ataque. De volante, começo a me convencer de que dá para ir em frente com Alan Bahia, Foguinho, Deivid e, ok, até Renan Teixeira. Contratar para a função é bom, mas não é prioridade.
E o time precisa dosar melhor o ritmo. Carrasco mesmo admitiu que faltou perna no segundo tempo, da mesma maneira que faltou semana passada, na Vila. É um problema recorrente, que já priva o Atlético de ter Paulo Baier sempre e prejudica o rendimento de Ligüera. O Atlético impõe um ritmo em que se obriga a matar o jogo no primeiro tempo. Quando não consegue, o time pena na etapa final. Hoje aconteceu isso de novo. Com o Atlético dedicado unicamente à Série B, diminuem as rodadas de fim de semana, logo diminui o desgaste. Mas entre julho e agosto há uma maratona de partidas para a qual o Furacão precisa estar mais bem condicionado.
Ajustes e dosagem inadequada à parte, o Atlético tem motivos para se orgulhar do que fez na Copa do Brasil. Foi mais longe do que a lógica poderia indicar e sai com armas valiosas para a caminhada na Bezona.