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Pegue os primeiros dez e os últimos dez minutos de Atlético x Santos e fica difícil duvidar que o Furacão possa evitar o rebaixamento no Brasileiro. Mas olhe com a mesma atenção para todo o tempo restante e lembre-se que a vitória de hoje, na Arena, merece ser muito comemorada, mas não tira o Atlético da UTI – tanto matemática quanto técnica.

Há tempos eu não via o Atlético tão arrasador no começo de um jogo na Arena. Na verdade, há tempos não via o Atlético tão arrasador em jogo algum. Lembrou o Furacão que fez a fama recente da Baixada, de estádio em que é quase impossível o visitante sair vencedor. Cléber Santana fez um golaço tabelando com a poça d’água (que estava lá não só porque choveu muito em Curitiba, mas também porque o gramado atual da Arena é vergonhosamente ruim, um dos piores da Série A). Pouco depois, Manoel voou no meio da zaga para ampliar, de cabeça.

Parecia que o Atlético construiria uma goleada redentora, até que Neymar diminuiu com um golaço e o jogo mudou totalmente. Mudou porque o Santos é melhor que o Atlético. E mudou porque o gol resgatou todos os traumas recentes do Rubro-Negro, de time que sai na frente, mas entrega os pontos ao longo do jogo.

A estratégia para se proteger do Santos foi a pior possível. O Atlético recuou, procurou apenas fechar os espaços. Mas o Santos tem Arouca, Ibson, Ganso, Elano, Neymar e Borges. Seis jogadores que tratam a bola como poucos. Se a ausência de um volante pegador deixa a zaga santista aberta quando o adversário tem a bola nos pés, basta ela ser dominada pelo Santos para as jogadas saírem.

O Atlético levou pressão. Renan Rocha fez grandes defesas, o Santos mandou bola na trave, até que chegou ao gol de empate, com Borges. O Atlético se reorganizou. Renato mexeu bem, tirou seu time da defesa, voltou a encarar o adversário de igual pra igual. E se não fez o suficiente para merecer a vitória pelos 90 minutos, mereceu pela precisão do cruzamento de Wagner Diniz, a esperta casquinha de Rodriguinho e o cabeceio certeiro de Marcinho.

O Atlético teve seu melhor conjunto de três jogos no Brasileiro, ao fazer 6 pontos em 9 possíveis. A dúvida é saber se o time terá fôlego para manter esse ritmo até o fim do Brasileiro. Os primeiros e os últimos minutos do jogo de hoje indicam que sim. O que aconteceu entre eles, indica que não.

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