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Flamengo, Vasco e Fluminense no Nordeste. Grêmio e Internacional em Cascavel. Corinthians, São Paulo e Santos em Maringá ou Londrina. Bastariam os borderôs destes oito jogos para colocar o Atlético entre os líderes de arrecadação do Campeonato Brasileiro deste ano. Ao acertar o aluguel das Vilas Olímpica e Capanema, o Furacão abriu mão dessa mina de dinheiro. E fez muito bem.

A peregrinação tornaria ainda mais desfavorável o ano de retorno do Atlético à Primeira Divisão do Brasileiro. A mudança na realidade financeira e no nível dos adversários é um baque com o qual qualquer promovido tem de conviver. A ampliação do exílio da Arena por causa da Copa tornou-se um problema incontornável para este ano. Optar por jogar, na prática, na casa do adversário as partidas mais difíceis completaria um cenário que deixaria o clube muito perto de um novo descenso.

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O próprio Petraglia já falou que o baque financeiro de estar na Série B é muito menor hoje do que, por exemplo, em 1995. A receita de TV não se altera no primeiro ano e um clube como o Atlético pode olhar para os adversários de cima para baixo na Bezona. Mas a médio prazo, estar na Segunda Divisão com frequência tem impacto direto no tamanho de um clube. Mexe com a autoestima e também afeta a avaliação de possíveis investidores.

No caso específico do Atlético, há um elemento mais forte que todas essas contas e cálculos: os “15 mil fiéis” (nas palavras de Petraglia) que seguem associados ao clube mesmo com a Arena em reforma. É um público que já demonstrou não se importar por esperar mais tempo que o previsto para voltar à Baixada. Na verdade, é um público que nem mesmo se importa de não ir ao estádio, vide não terem sido todos os jogos no Ecoestádio com público total (e olha que isso significava 6 mil atleticanos no estádio). Mas privar esse torcedor da melhor parte do Brasileirão em troca de (um bom) dinheiro não seria leal, como indicaram os próprios sócios.

O Atlético deixará de ganhar dinheiro. Provavelmente sua diretoria teve de engolir algum sapo para negociar com um dos rivais da cidade. Tudo isso, porém, é pequeno demais dentro da justa retribuição à fidelidade da torcida que será jogar os 19 jogos como mandante no Brasileiro em Curitiba.