Nesta quinta-feira, com a retomada normal das atividades após o feriado, a diretoria do Atlético tomará pé do caso de doping envolvendo o atacante uruguaio Santiago Garcia. Quando falei com o presidente Marcos Malucelli durante a tarde, para o post abaixo, ele disse saber do caso “tanto quanto você, pelas informações dos jornais uruguaios”. Entretanto, o dirigente indicou qual deve ser a postura do Atlético no caso. “O Santiago que constitua um advogado para se defender no Uruguai. Nós vamos apenas acompanhar como terceiro interessado”, disse Malucelli.
No começo da noite, os sites uruguaios começaram a dar mais detalhes do caso e do procedimento daqui por diante. Na tarde desta quarta o Nacional, clube de El Morro até o meio do ano, recebeu uma notificação do Ministério dos Esportes do Uruguai de que o atacante foi flagrado no exame antidoping após o jogo contra o Defensor, em 12 de junho, que decidiu o Campeonato Uruguaio. No mesmo comunicado, clube e jogador foram convocados para uma audiência sexta-feira, ao meio-dia, em que será revelada qual droga social foi consumida por García e quanto tempo ele terá para solicitar a contraprova, que é paga por ele mesmo.
Se García abrir mão da contraprova, é considerado culpado e começa a correr uma suspensão preventiva até o julgamento. Caso peça a contraprova, qualquer suspensão só vale a partir do momento em que sair o resultado da contraprova – somente se for positivo, evidentemente.
“Desde o momento em que uma amostra dá positivo começa a correr uma punição preventiva. A sanção inicialmente é de dois anos e a aplicação é restrita ao Uruguai”, disse ao jornal El País o diretor nacional de esportes do Uruguai, Ernesto Irureta.
Ainda segundo o El País, um representante de El Morro, Carlos Soca, deu entrevista à rádio Sport 890 em Montevidéu. Soca disse que será o representante de El Morro na audiência. O jogador ficará no Brasil e não irá se manifestar por enquanto. “É melhor que se mantenha em silêncio e guarde para si a sua dor. Quanto menos falar, melhor. Cada palavra pode ser mal interpretada. Ele vai definir a melhor hora de falar”, afirmou Soca.
O El Observador, primeiro jornal a noticiar o doping, explicou a demora entre a realização do exame e a notícia do resultado – quase quatro meses. Segundo a publicação, o laboratório encarregado de analisar os exames tem poucos funcionários e técnicos capacitados para manusear um número grande de amostras.
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O que for revelado e feito na sexta-feira permitirá ter uma noção mais exata de até onde o caso pode ir. Sabendo a sustância, é possível ver como foram julgados casos similares. A decisão de El Morro de pedir ou não a contraprova vai acelerar ou retardar qualquer punição. Uma punição que, ficando restrita ao Uruguai, é totalmente inócua. Não afeta o Atlético, não afeta El Morro (duvido que ele queira voltar tão logo ao Uruguai para jogar), é quase como se não existisse. Mas a Agência Mundial Antidoping tem o poder de recorrer da decisão, o que leva o caso à Corte Arbitral do Esporte. De lá, pode sair uma punição maior e mais abrangente. Isso, claro, só acontece se a contraprova também der positivo.
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A precariedade dos exames antidoping no Uruguai, citada pelo El Observador, pode ser uma linha de defesa interessante para Santiago.
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Sei que o Código Antidoping prevê punição pelo uso de droga social, mas eu me dou o direito de discordar. Droga social não melhora o desempenho. Atleta que usa droga social deve ser submetido a tratamento médico, com o sigilo e a privacidade devidos. Um tratamento que tem muito mais chance de dar certo se ele puder exercer sua profissão. Punir atleta que usa droga social só cria novos problemas.
E caso alguém tenha ficado curioso, não sou usuário de nenhuma droga social, nem sou a favor do uso e da comercialização das mesmas.
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Aqui, as três matérias da imprensa uruguaia que eu usei como fonte para este post.
El Ministerio citó a Nacional el viernes a las 12
“Santiago está muy dolido por la noticia”
La sanción preventiva para el Morro tiene aplicación a nivel nacional
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