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Aurélio Almeida e Muller, uma das vítimas do empresário em Maringá.

Aurélio Almeida tem uma extensa lista de maus serviços prestados ao futebol paranaense. Atravessou o estado com o mambembe Império do Futebol, deixando dívidas não pagas em Maringá, Toledo e Curitiba. Na capital, ainda emplacou uma breve reprise com o Real Brasil, cujo fim é um dos poucos gols da gestão Hélio Cury na FPF. No interior, fez o Grêmio Maringá de refém. É dono do clube, mas não faz um investimento sério para recuperá-lo nem repassa a outras pessoas. Fora as estapafúrdias promessas de contratar Edilson Capetinha ou de construir uma versão brasileira do Santiago Bernabéu no terreno do desativado Presídio do Ahú.

Agora, Aurélio prepara a sua entrada no futebol europeu. E com a ilustre companhia de José Dirceu, o operador do mensalão.

Aurélio Almeida, em parceria com José Dirceu, tenta comprar o Racing Santander, clube pequeno da primeira divisão espanhola. A aproximação do empresário é descrita pelo jornal El Diário Montañés, de Santander.

A aproximação começou no meio do ano passado, quando Aurélio e Dirceu (ainda não assimilei o surrealismo dessa dobradinha) abriram negociação para adquirir o Racing respaldados por um grupo empresarial venezuelano com ramificações no Brasil e nos Estados Unidos. A transação foi retomada em novembro do ano passado, já apenas por Aurélio e Dirceu. Novamente não prosperou.

Semana passada, relata o El Diário Montañés, Aurélio Almeida esteve em Santander, reunido Bernardo Colsa, presidente da Associação das Torcidas do Racing. Também esteve com Jacobo Montalvo, antigo dono do clube, que tenta recuperar na Justiça as ações vendidas a Alí Syed, o empresário árabe que deixou o Racing a um passo da falência. Segundo o jornal espanhol, Aurélio teria, até, um acordo com Montalvo para comprar as ações tão logo se resolva a pendência judicial. Outro caminho é aproveitar a promessa de Syed de que haveria injeção de capital estrangeiro na equipe.

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O currículo de Aurélio Almeida me permite dizer o seguinte: vai dar errado. E nem precisava do respaldo de Zé Dirceu para chegar a essa conclusão. Aliás, não será surpresa se Dirceu falar que nunca viu Almeida na vida.

O que mais me espanta é como a Fifa não mantém um sistema único de acompanhamento de investidores em clubes de futebol pelo mundo. Algo simples, alimentado pelas federações nacionais, disponível para a consulta de, no mínimo, presidentes de clubes. Uma malha-fina de picaretas. Os únicos riscos seriam sobrar pouca gente no mercado e alguns parceiros da Fifa ganharem o carimbo de maus investidores.

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Segue a matéria do jornal de Santander. Dica valiosa do nobre jurisconsulto Ewandro Schenkel.

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