Olhe para o trabalho de Juan Ramón Carrasco nos quatro primeiros meses da temporada. Ele resgatou o perfil ofensivo do Atlético. Deu utilidade a jogadores já desenganados dentro do próprio clube, como Ricardinho, Bruno Furlan e Bruno Mineiro. Tirou o máximo de Guerrón em um esquema tático perfeito para o equatoriano. Como Ligüera, mostrou que é possível vencer sem Paulo Baier. Mas também encontrou maneiras de seguir vencendo com Baier. Deu as primeiras chances a Harrison, o mais talentoso jogador formado no CT do Caju desde Fernandinho e Jadson.
Agora olhe para os últimos 30 e poucos dias do Atlético de Carrasco. A convicção nos três atacantes foi parcialmente substituída pela total falta de convicção. Em Curitiba os três avantes seguem firmes. Mas fora o time está cada vez mais recuado. Contra o CRB, uma linha de quatro com laterais que não subiam, outra linha de três volantes no meio, um armador solitário e dois postes lá na frente, esperando por bolas que os laterais (que não subiam) deveriam cruzar. Ligüera tem sido usado sem descanso, a ponto de estar virando um jogador comum. O critério geográfico para escalar Paulo Baier ignora a relevância das partidas. Harrison perdeu espaço.
Sim, há fatores que fogem ao controle de Carrasco. A falta de reforços é um. A insistência em manter Guerrón na prateleira, sem jogar enquanto não aparece um comprador, é outra. Mas o treinador tem uma parcela enorme de responsabilidade. Hoje, ele tira menos do elenco rubro-negro do que tirava antes – mesmo com o desconto da diferença de nível dos adversários. E isso acontece porque Carrasco traiu suas convicções.
A semana cheia para o jogo contra o Goiás permite a JR refletir sobre suas últimas atitudes e jogar abertamente com a diretoria e o elenco. Carrasco só será útil ao Atlético se puder ser o treinador dos primeiros quatro meses da temporada. O Carrasco da decisão do Estadual para cá não levará o Atlético a lugar algum.
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Peço desculpas aos leitores pelo blecaute no blog nos últimos dias. Fiquei a semana passada inteira em São Paulo ajeitando minha mudança e emendei com o batizado da minha filha no domingo. Agora, com as coisas caminhando para o devido lugar, a bola volta a rolar como de costume por aqui. Ok?
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