O vídeo acima tem os gols de Arapongas 0 x 4 Londrina. Alexandre e Arthur fizeram os dois primeiros e comemoraram da mesma maneira: simulando estilingadas em um cotingídeo. Ambos foram punidos com cartão amarelo.
Adriano Milczvski, o árbitro, apenas cumpriu o que está escrito na regra: advertir com cartão amarelo o jogador que fizer gestos provocadores, debochados ou exaltados na comemoração do gol.
O Arapongas tem o seu nome inspirado em um pássaro. O estádio se chama Estádio dos Pássaros. O Londrina faz dois gols e os jogadores comemoraram simulando estilingadas. Pássaros são abatidos a todo momento com pedras lançadas por estilingues. Somando tudo, noves fora, provocação. E provocação em comemoração de gol é cartão amarelo. A regra é clara. Clara e burra.
A International Board mantém uma cruzada quase doentia para limitar as comemorações de gol. Não pode tirar a camisa, não pode subir no alambrado, não pode correr pela pista de atletismo em direção à torcida, não pode debochar, não pode provocar – vai chegar o dia que será proibido fazer gol. Claro, tem provocações que merecem mesmo ser punidas, aquelas que claramente incitam a violência.
Não foi o caso de Alexandre e Artur, que muito mais pareciam dois moleques do interior brincando de caçar passarinho em algum bosque (Atenção: não estou defendendo a caça de passarinhos, ok?). Dar amarelo para os dois por essa comemoração é tão patético quanto dois jogadores do Arapongas serem punidos se, por exemplo, eles tivessem comemorado gol contra o Londrina simulando uma pescaria.
Errada está a regra, que limita o principal momento de um jogo de futebol. Errado também está o árbitro, que não tem bom senso de ignorar uma regra ridícula. E errado está o mundo em que uma brincadeira é interpretada pobremente como provocação, sob a desculpa de “respeito ao adversário”.
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