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Guerrón é expulso do Atletiba após chutar Lucas Mendes

Guerrón está fora do primeiro Atletiba decisivo. A expulsão, comentei no próprio dia 22, foi justa. Atitude infantil demais para um jogador experiente. A punição imposta pelo TJD-PR, de dois jogos, um já cumprido, não foi unânime mesmo dentro do tribunal, vide a apertada votação de 3 a 2.

A velocidade com que a súmula entrou na pauta foi anormal. Verifiquei o intervalo entre a realização das partidas e o julgamento dos seus relatórios pelo TJD. No geral, o espaço é de três semanas para mais. No caso do Atletiba, uma semana e meia, a metade. Como comparativo, segunda-feira que vem, 7 de maio, será julgada a súmula de um jogo de 7 de abril. Seria ótimo ver os tribunais (não só os desportivos) imprimir essa velocidade a todas as suas demandas.

Há a justificativa de julgar a tempo de uma eventual punição ser cumprida dentro do próprio campeonato. No caso de Guerrón e os demais atleticanos denunciados, isso é possível. No caso de Iraty x Roma (era esse o jogo do dia 7), não mais. Não lembro de ter lido ou ouvido essa justificativa, mas é bem provável que alguém do tribunal tenha usado. E, convenhamos, é bem plausível.

O ponto é: a celeridade é plausível, a expulsão foi justa, a punição é razoável, embora questionável (eu, se fosse auditor, daria o jogo já cumprido e multa. Não acho que a agressão mereça mais do que isso). Mas o episódio todo estraga a final. Para o Atlético o prejuízo é evidente, tira de combate o melhor atacante da equipe. Para o Coritiba, alimenta a já parruda teoria conspiratória de que o campeonato está armado para o Coxa. É o TJD a favor dos coxa, é a arbitragem a favor dos coxa, é a federação a favor dos coxa, é o arcebispo de Curitiba a favor dos coxa. (O arcebispo ainda é Dom Pedro Fedalto? Acho que é o Dom Moacir Vitti? Enfim, que ele abençoe o clássico)

Leva-se mais uma vez o clássico para fora de campo, como se os 90 minutos de bola rolando fossem apenas um jogo de cenas até o desfecho previamente acertado em um porão escuro e úmido. Não sou ingênuo de achar que tudo no futebol é feito de maneira lisa e ética. Já trabalho há bastante tempo nesse meio. Mas também não é factível que 100% das coisas que acontecem no mundo da bola sejam sujas, armadas e vendidas. E, com todo o respeito, se você pensa que é assim, pergunto: Por que ainda acompanha futebol?

Balbúrdias extracampo só servem para alimentar o ego de engravatados que nunca chutaram uma bola na vida. Deve ser a glória para um auditor, um procurador ou um cartola, na semana da final do campeonato, ter todos os microfones diante de si. Acho espetacular o trabalho do Domingos Moro como advogado. Ele é, sem dúvida, um dos grandes nomes da história do futebol paranaense. Mas suspeito que, nos últimos anos, ele tenha frequentado mais manchetes pré-Atletiba que o Rafinha e o Paulo Baier juntos. Isso não pode estar certo.

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Escrevi sobre Guerrón na hora do almoço, mas deixei para publicar no fim da tarde. Nesse meio tempo saiu a arbitragem, Evandro Rogério Roman. Como o tema é cíclico, peço licença aos visitantes para reproduzir o que escrevi há exatas duas semanas, quando Antonio Denival de Moraes ganhou o bingo do Atletiba do returno.

Aplicando o mínimo de rigor, somente Evandro Rogério Roman e Héber Roberto Lopes têm o nível necessário para apitar um clássico decisivo como o do próximo domingo. Subindo um pouquinho esse nível, nem os dois têm essa condição.

Evandro é um ex-árbitro em atividade. Sua ocupação principal é a secretaria estadual de Esportes, a política já toma muito mais espaço na sua vida do que a arbitragem. Deveria parar – ou ser aconselhado a fazer isso.

Héber em Atletiba é dor de cabeça certa. Atleticanos têm na ponta da língua uma série de clássicos em que o londrinense teria beneficiado o Coritiba. O burburinho é tamanho que os próprios jogadores entram irritados se o Coxa é o oponente e Héber, o homem de preto (ou verde limão, ou laranja, ou, bem vocês entenderam). De alguns clássicos para cá, coxas-brancas também têm reclamado de Héber. E o próprio Héber tem parecido mais tenso em Atletibas. Passa a impressão de ter pedido a confiança necessária para um clássico.

Diante desse cenário, só haveria duas opções: buscar um árbitro fora ou assumir o risco de apostar em um dos medianos que tem a rodo no estado. Buscar árbitro fora seria assinar atestado de incompetência na renovação do quadro paranaense. Além de que a arbitragem é ruim no Brasil inteiro, não é um mal apenas paranaense. Sobrou, então, tentar a sorte com os apitadores locais.

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