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Em nenhuma outra semana do ano falou-se tanto de mudanças no Coritiba. Mudar o técnico, mudar um dos zagueiros, mudar o lateral esquerdo, mudar o meio-campo, mudar o ataque, mudar o esquema tático, mudar, mudar, mudar. Marcelo Oliveira atendeu alguns dos inúmeros pedidos – até porque se atendesse todos, nem mesmo ele teria ficado para ganhar história. No fim viu o Coritiba derrotar o Atlético Mineiro da mesma forma que obteve a maioria das suas vitórias neste ano, com toque de bola paciente e movimentação veloz no ataque. E era exatamente o que todo mundo queria ver, o Coxa resgatar o futebol do primeiro semestre. Como as coisas não vinham dando certo, a maioria recorreu ao senso comum, de que era hora de trocar o treinador. Hoje ficou provado que é possível conseguir isso trocando algumas peças e tirando jogadores da zona de conforto.

Marcos Aurélio é o melhor exemplo. Passou um tempo inteiro no banco e, pluf!, entrou no segundo tempo elétrico, fazendo o que se espera dele. Puxou todos os contra-ataques, coordenando a movimentação de Geraldo, Rafinha e Bill.

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Mas é justo voltar um pouco no tempo. Afinal, quando Marcos Aurélio entrou o jogo já estava 1 a 0 para o Coritiba. Um gol pavimentado por duas alterações na formação inicial. Ao posicionar Tcheco mais atrás, ao lado de Leandro Donizete, Marcelo Oliveira reproduziu o desenho que deu tão certo na série de 24 vitórias. Manteve a marcação estável e conseguiu uma saída de bola rápida e precisa para alimentar o quarteto mais avançado.

Quem também reencontrou o bom futebol foi Rafinha. Confinado do lado esquerdo nas últimas partidas, o camisa 7 teve liberdade para deslocar-se pelo meio e pela direita, revezando com Everton Costa e Anderson Aquino. Essa movimentação, como planejado, confundiu a marcação do Atlético Mineiro. Não é à toa que o gol saiu de uma jogada construída por Tcheco e complementada por Rafinha, que encontrou Bill livre e impedido para marcar.

No segundo tempo foi divertido ver Geraldo jogar. Impossível não se animar quando Geraldo pega na bola. O angolano vai pra cima, com dribles que às vezes nem ele sabe onde vão parar. Há uma sequência em especial, em que Serginho corre de costas para Geraldo, sem saber para onde ir, que se Geraldo fosse jogador no Flamengo e estivesse jogando no Maracanã, seria exaltado a semana inteira.

Foi também à base de dribles que Rafinha abriu espaço pelo lado esquerdo da defesa alvinegra, até ser derrubado. Pênalti que ele mesmo bateu, perdeu e aproveitou o rebote. No fim, para não deixar dúvidas da superioridade coxa-branca, Marcos Aurélio tocou para Leonardo, que sofreu – e converteu – novo pênalti.

Menção honrosa ainda para Jéci e Emerson, que anularam André e Guilherme. Também para Lucas Mendes, o cara que joga fora de posição, quase não aparece ao ataque, às vezes faz bobagem, mas é muito importante para o Coritiba poder ser ofensivo do meio pra frente.

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O Coritiba conseguiu encontrar um caminho. Resta saber se será capaz de seguir nele em uma sequência de jogos. Caso consiga, as cornetas terão de se aquietar no Alto da Glória. Caso contrário, o clamor por mudanças voltará cada vez mais forte.