Jonas está de volta ao Coritiba sem nunca ter ido embora.
A atitude do Coritiba foi correta. O clube não é obrigado a engolir qualquer proposta. Havia um contrato em vigor e bastava o Santos pagar a multa para levar Jonas embora. A partir do momento em que tenta barganhar a liberação, dá ao Coxa o direito de dizer não. Foi o que aconteceu e uma das boas surpresas coritibanas em 2011 permanece no Alto da Glória. A dúvida é: com que cabeça Jonas volta ao clube do qual ele estava certo de que já tinha ido embora?
O assédio do Santos a Jonas durou semanas. Neste período, pode apostar, foi prometido um mundo de sonhos ao lateral. Ele teria um salário de três dígitos (ou quase isso), disputaria a Libertadores com a camisa 4 de Carlos Alberto (a boleirada de hoje sabe quem é o Carlos Alberto?) e correria do ladinho do camarote do Pelé na Vila Belmiro. Seria lançado por Ganso, tabelaria com Neymar e apareceria com ambos fazendo alguma dancinha para comemorar gol no Globo Esporte. Depois das grandes partidas bateria um papo ao vivo com o Milton Neves, seria reconhecido pelo Neto como um baita jogador e, num lance de sorte, dançaria ao vivo, em rede nacional, com a Renata Fan.
Agora, o castelo de areia de Jonas desmoronou. Ao invés do jet-set do futebol nacional, ele conviverá em um cenário menos glamuroso e estrelado, mas com o mesmo grau de cobrança e responsabilidade. Jonas está pronto para virar a chave?
Desde quando era vice-presidente, Vilson Ribeiro de Andrade se orgulha em dizer que os jogadores se sentem bem por estar no Coritiba e participar do projeto do clube. Os resultados dos dois últimos não deixam dúvida disso, mas em momento algum esse comprometimento foi tão testado como será agora, no caso de Jonas. A diretoria acertou, sim, em não engolir com farinha o negócio que o Santos tentou lhe empurrar. Mas somente o desempenho de Jonas na temporada dirá se a posição firme valeu a pena.
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Diante da reviravolta na transferência de Jonas, é recomendável olhar com cuidado para a negociação de Marcos Aurélio com o Internacional. Também neste caso, jogador e clube comprador se acertaram, falta o acordo com o Coritiba. Neste caso, porém, a solução deve ser mais simples. O vínculo de Marcos Aurélio com o Alviverde termina no fim deste ano e fechar um negócio agora é a chance de lucrar com o atacante.
Dentro de campo, Marcos Aurélio parece que já deu o que poderia dar ao clube. Fez gols importantes em clássicos, foi decisivo no bicampeonato estadual, viveu o rebaixamento do centenário e redenção de 2010, teve papel decisivo na série de 24 vitórias. Mas a partir da contusão no Atletiba que decidiu o Estadual, começou a oscilar. Passou muito tempo no departamento médico, alternou cada vez mais raros bons jogos com exibições extremamente sonolentas. Encerrou o seu ciclo.
Marcos Aurélio era a referência técnica do Coritiba, o cara de quem se esperava em um único lance a solução para jogos difíceis. Este posto fica vago. Rafinha é o sucessor natural. Será sobre ele a cobrança por um lance de genialidade, pelo gol salvador nos momentos complicados. Após dois anos no clube, tendo Marcos Aurélio ao seu lado para se espelhar, Rafinha não tem motivo para abrir mão desta condição.
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