Vilson diz ter a informação informal da CBF de que será repetido o critério do ano passado
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Se o Coritiba quiser jogar a Libertadores do ano que vem, terá de ser pelas próprias pernas. A Conmebol acabou com a chance de uma vaga cair no colo do Coxa ao determinar que, caso o Vasco seja campeão da Sul-Americana, a sua vaga irá para o mais bem colocado na Sul-Americana sem vaga na Libertadores, não para o vice da Copa do Brasil.

É a primeira derrota política do Vilson Ribeiro de Andrade à frente do Coritiba. No fim da semana passada, Vilson e a diretoria coxa-branca passaram para toda a imprensa paranaense a informação de que Virgílio Elísio, diretor técnico da CBF, havia garantido que seria repetido o mesmo critério do ano passado: se o campeão da Copa do Brasil vencer a Sul-Americana, a vaga é do vice da Copa do Brasil. “Só” faltava assinar.

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Talvez tenha faltado malandragem à diretoria do Coritiba para esperar a assinatura, afinal, não dá para confiar na palavra da CBF. O clube fez o certo ao cobrar um posicionamento rápido, mas ao dar a batalha como quase ganha, assumiu o risco de a coisa dar para trás.

Claro, é muito fácil analisar agora, que a chance da vaga indireta não existe mais. E o episódio não chega a ser um arranhão profundo no que foi feito até aqui pela turma do Vilson. Mas é uma derrota. Deve ser reconhecida com naturalidade e servir de aprendizado.

O caminho mais simples de chegar à Libertadores era pelo campo. O Coritiba ficou a um gol da vaga na Copa do Brasil e afastou a possibilidade de se classificar via Brasileiro ao engatar uma interminável alternância de bons e maus resultados. Não deu no campo agora, tenta de novo ano que vem.

Saindo um pouco do Coritiba, CBF e Conmebol deram mais uma demonstração (precisava?) de como administram o futebol de forma varzeana. É inconcebível um torneio começar sem que se saiba que tipo de vaga ele distribuirá. Não é a primeira vez. Mesmo a hipótese de o Vitória herdar a vaga do Santos, ano passado, foi confirmada com Copa do Brasil encerrada e Brasileiro em andamento. Já no ano passado a Conmebol definiu com a Sul-Americana rolando que tipo de acesso ela daria à Libertadores. Repetiu agora. Enfim, uma zona.

E uma zona movida a muito dinheiro. A justificativa oficial é evitar que um país tenha sete vagas na Libertadores. A dedução é simples: se um país tem sete times, maior a chance de ele monopolizar as semifinais e as finais. E decisão com times do mesmo país só dá audiência em um país. E se somente um país vê as semifinais ou a final, o dinheiro do contrato de TV diminui. Enfim, uma estratégia artificial de democratizar a Libertadores tecnicamente, mas na verdade encher mais a sacolinha de dinheiro.

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O episódio é propício para a proliferação de teorias da conspiração. Se fosse um paulista… Se fosse um carioca… Sinceramente, não sei nem duvido de nada. Mas se fosse para beneficiar alguém dentro do Brasil, a Conmebol permitiria à CBF entregar a vaga para o quinto ou sexto colocado de um Brasileiro dominado por paulistas e cariocas.

No fim, o episódio todo merece um lamento (tímido, pois herdar a vaga é diferente de conquistá-la no campo). Mas, em princípio, não me parece motivo para ninguém se sentir perseguido.