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Giro do placar: dois atrasos, dois cancelamentos, quatro atrasos meteorológicos, dois voos fechados e cinco check-ins abertos. Imagina na Copa…

Ao longo da semana, vim duas vezes para o Aeroporto Afonso Pena com a missão de pegar um avião e cobrir futebol em outra cidade brasileira. No domingo, o destino era Porto Alegre, Brasil x França. Hoje, Recife, Espanha x Uruguai, primeira parada na cobertura da Copa das Confederações. Nos dois casos, a programação original foi afetada pelo clima.

Domingo, sejamos justos, a culpa nem foi do nevoeiro que insistentemente fecha o Afonso Pena nessa época do ano. Foi do nevoeiro que insistentemente fecha o Salgado Filho, em Porto Alegre, nessa época do ano. Atraso de uma hora, tensão e correria para chegar a tempo de pegar a credencial e seguir para a Arena de Grêmio. No fim, entre mortos (uns bons neurônios) e feridos (a parede do estômago — obrigado, sistema nervoso), salvou-se a cobertura.

Hoje a lambança foi toda caseira. Como o Afonso Pena estava fechado para pousos, o avião que me levaria a Belo Horizonte, onde eu pegaria uma conexão para Recife, não conseguiu sair de Caxias do Sul para a baldeação em Curitiba. E sem sair de Curitiba no horário, eu não tinha como pegar a conexão para Recife. Resultado: fui convidado a desembarcar sem efetivamente ter embarcado na aeronave, pegar a bagagem e ir até o balcão da companhia aérea tentar um encaixe em outro voo — não necessariamente da companhia, no caso a Azul, e foi o que aconteceu, seguirei de TAM (obrigado, Geórgia! Me salvou!).

Tanto no domingo quanto hoje, o que eu mais ouvia pelos corredores do aeroporto era o já consagrado “imagina na Copa” e suas variações. E é por isso que este post está aqui. Se a Copa das Confederações é o evento-teste para a Copa, está documentado para a Fifa, o COL e as esferas de governo aquilo que qualquer brasileiro que já pisou em um aeroporto sabe: não dá para confiar em voos matinais — e noturnos — em Curitiba. Nem em Porto Alegre, no Santos Dumont e em Cumbica, para ficar nos aeroportos de cidades-sede da Copa que sofrem com “atrasos meteorológicos” nessa época do ano. E por “essa época do ano” entenda-se o mesmo período em que será jogada a Copa. Nem mesmo dá para confiar no Aeroporto do Recife com chuva, vide o atraso de três horas na chegada do Uruguai. Enfim, se o céu não for de brigadeiro e você vai viajar de avião, prepare-se.

Nenhum dos aeroportos brasileiros está pronto para o Mundial. Daqueles necessários para a Copa, é provável que muitos (alguém aí falou a maioria?) não estejam funcionando adequadamente. A preocupação, no geral, é com a capacidade dos terminais, diante do volume maior de passageiros gerado pelo Mundial. Tem ficado em segundo plano algo crucial e mais básico ainda: permitir que aviões pousem e decolem no horário marcado.

Para ampliar a capacidade, sabe-se desde sempre, haverá uma proliferação de puxadinhos. É feio, mas funciona (legado? O importante é o Brasil não fazer feio perante o mundo, dirá em breve a turma do oba-oba). Com aparelhos é diferente, não dá para fazer gambiarra. Era necessário investimento em equipamento, treinamento, tecnologia e estrutura. Algo que não se faz de uma hora para outra.Em outras palavras: o tempo acabou e, a não ser que tenhamos um junho-julho atípico em 2014, veremos seleções alterando a programação em cima da hora e torcedores do mundo inteiro sob o risco constante de não chegar a tempo nos jogos que eles pagaram pra ver.

Infelizmente, a um ano da Copa, o jeito é torcer. E esperar. Algo, aliás, que tenho exercitado nesta sexta-feira. Já são seis horas no Afonso Pena, mais duas pela frente e outras cinco até Recife, com direito a pit-stop de mais duas horas em São Paulo. Me perdoem pelo fim nada original, mas é inevitável: imagina na Copa.

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