O Coritiba fez um dos seus melhores jogos como visitante sob o comando de Marcelo Oliveira. Mesmo com três volantes, avançou a marcação e manteve o São Paulo longe da sua área. Conseguia fazer a bola chegar com facilidade da defesa ao ataque. Quase tão bom quanto no 3 a 2 sobre o Santos, ano passado, na Vila Belmiro.
Dois fatores pesaram para que essa grande atuação não fosse revertida em vitória. O primeiro foi a inoperância ofensiva. Ou o Coxa chutava a 30 metros do gol ou tentava entrar com ela na meta são-paulina. Nesse ritmo, mesmo com tanto volume, o Coritiba teve apenas uma chance clara de marcar, a bola na trave de Éverton Ribeiro. Do São Paulo foram quatro – três de Luís Fabiano e o gol de Lucas. Mais uma vez faltou um matador ao Coritiba.
O outro foi o recuo a partir da expulsão de Paulo Miranda. Uma recaída. O Coritiba agarrou-se ao 0 a 0 como costuma fazer no início de seus jogos como visitante. As substituições só contribuíram para agravar este quadro.
Tcheco não conseguiu fazer a transição no meio-campo e o time perdeu em poder de marcação. Com Willian, Sérgio Manoel e Gil, cada um poderia cuidar de uma das três peças do meio-campo são-paulino, obrigando o adversário a fazer ligação direta defesa-ataque. Com Tcheco, sempre sobrava um desafogo para o São Paulo. Anderson Aquino foi menos perigoso que Roberto, responsável por carregar a bola sempre até perto da área do São Paulo e mantê-la por lá. E Lincoln… Bem, Lincoln tinha que ter entrado no intervalo, no lugar de Everton Ribeiro, para dar um pouco de cérebro à correria coxa. Quando entrou, fez quase nada.
Lucas, na individualidade, completou o serviço. Ele que deu a Lucas Mendes tanto trabalho como Éder Luís em 2011.
O placar é reversível, mas não fazer gol fora pode pesar exatamente como pesou na decisão do ano passado. E ainda há a frustração de dominar um jogo e não vencer a ser administrada.
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Sobre o jogo de volta. O Coritiba precisará fazer pelo menos três gols para se classificar – acredito que o São Paulo faz gol no Couto. O São Paulo vai se trancar na defesa, esticando bola para Lucas e Luís Fabiano puxarem os contra-ataques. Serão os dois contra o sistema defensivo do Coxa o jogo inteiro. É a mesma situação da final do ano passado, contra o Vasco. Portanto, nada de repetir os erros do passado. No Couto, é o time de hoje com Lincoln no lugar de Gil.