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O Coritiba está abolindo o regime de concentração. Vi a informação no twitter do Leandro Requena e fui confirmar com o clube para entender o processo.

A ideia começou a ser discutida ano passado e voltou à tona com mais força durante a pré-temporada. O preparador físico Glydston Ananias levantou informações sobre quanto tempo o elenco passava confinado em hotel e buscou alguns exemplos no exterior. Alex e Deivid, com ampla carreira fora do país, deram sugestões e chegou-se ao modelo implantado pelo clube.

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Os jogadores dormem em casa na noite anterior ao jogo e se apresentam na manhã da partida no hotel. Almoçam, descansam, lancham, assistem à preleção e vão para o estádio.

A prática, por razões óbvias, vale apenas para os jogos em Curitiba. Mas não todos. Contra o Paranavaí o elenco estava concentrado por causa da pré-temporada. O Paratiba, clássico, também teve a reclusão tradicional. O mesmo deverá ser feito no Atletiba. Assim, o Coritiba jogou sem concentrar contra J. Malucelli e Nacional de Rolândia. Repete o expediente hoje, diante do Toledo. Ao fim do primeiro turno a comissão técnica pretende fazer um primeiro balanço da inciativa. Por ora, está todo mundo satisfeito com o resultado.

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Esta era a informação. Agora, a opinião.

A iniciativa é ótima. Manter elencos enclausurados só reforça o processo de tirar responsabilidade dos jogadores, que, em regra, são acostumados desde cedo a precisar de ajuda ou regra para absolutamente tudo. Se você não puder confiar que um jogador seja capaz de se comportar na noite a anterior a uma partida de futebol, que é o ponto mais visível da profissão dele, vai confiar no cara para quê?

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Fora que dormir em casa, na cama, no quarto e com a companhia a que se está acostumado é muito mais relaxante do que ficar em um hotel, ao lado de alguém cuja a única identificação, muitas vezes, é exercer a mesma profissão e jogar no mesmo time. E some-se a isso o aspecto financeiro: economiza-se um dinheiro bem-vindo deixando o elenco menos tempo em um hotel.

Claro, a média etária do elenco do Coritiba ajuda a absorver a ideia com mais facilidade. Alex, Deivid, Pereira, Lincoln, Júlio César são todos caras rodados, todos com família. Não vão fazer bobagem em véspera de jogo. Os mais jovens acabam se sentindo inibidos a pisar na bola. Cria um ciclo virtuoso, que bem poderia ser repetido por outros clubes brasileiros.