Éverton Ribeiro ou Ligüera. Na opinião humilde do blogueiro, um dos dois será o craque do PR12
CARREGANDO :)

Qual será a grande história do Atletiba de domingo? Não me refiro ao título em si, essa é a leitura mais importante e ao mesmo tempo superficial do jogo. Falo de história de gente. Qual o personagem que quando o domingo terminar vai olhar para ele e dizer: esse dia marcará minha vida para sempre? Selecionei algumas histórias com enredo já rico, prontas para um final grandioso, feliz ou não.

Éverton Ribeiro
Há cerca de um mês, Éverton Ribeiro era quase carta fora do baralho no Coritiba. Seu rendimento irregular fez a cúpula alviverde concluir que o melhor seria emprestá-lo no Brasileiro, para que ganhasse experiência e, mais adiante, pudesse pagar o investimento de R$ 1 milhão para tirá-lo do Corinthians. Então veio o jogo contra o Operário. E a história de Éverton Ribeiro mudou. A partir do golaço no Germano Krüger foram sete partidas e seis gols. Fora exibições fora de série, como no Atletiba que decidiu o returno. Se mantiver a sequência e o Coxa for campeão, Éverton tem tudo para ser o craque do campeonato.

Publicidade

Ligüera
Começo o texto do uruguaio como terminei o de Éverton: se mantiver a sequência e o Atlético for campeão, tem tudo para ser o craque do campeonato. Ligüera chegou à Baixada com o peso de ser a primeira contratação pedida por Juan Ramón Carrasco, com quem trabalhou no River Plate uruguaio. E no futebol sabemos como funcionam essas coisas: se o cara pedido por um treinador que ninguém conhece vai mal, logo é ironizado, vira “jogador do hômi”. Ligüera não só abafou qualquer desconfiança como mudou a maneira de o Atlético jogar. Um time que há três anos orbitava em torno de Paulo Baier descobriu que há outras maneiras de vencer jogos – e talvez tenha redescoberto como vencer campeonatos. O Atlético de Baier virou o Atlético de Ligüera.

Rafinha
Tecnicamente, não há jogador no Coritiba melhor que Rafinha. Nos momentos mais difíceis da temporada, ele abriu as defesas adversárias com dribles, velocidade e gols. Falta brilhar em um Atletiba. Rafinha já pediu dicas a Marcos Aurélio sobre como balançar a rede do rival, passou a semana em tratamento para ter chance de estar em campo domingo. Se for protagonista e campeão, se tornará o grande craque do Coritiba pós-centenário.

Guerrón
La Dinamita estava esquecido no Atlético. Foi criticado publicamente por Petraglia, que o rotulou como herança maldita. O próprio jogador parecia pouco disposto a reescrever sua história no clube. Enquanto treinava separado no CT do Caju, deu entrevistas à imprensa de seu país dizendo que gostaria de ser negociado. Então veio o jogo contra o Operário, na Vila Capanema. Guerrón entrou vaiado. Respondeu com gols e dança. E de repente ficou óbvio que o sistema de jogo implantado por Carrasco era perfeito por Guerrón. O Atlético joga com dois pontas e Guerrón é um ponta à moda antiga, daqueles que correm o campo todo ao lado da linha lateral. O melhor repertório do equatoriano foi exibido na Copa do Brasil, da qual é artilheiro. No Paranaense, a imagem mais marcante é expulsão por chutar Lucas Mendes no Atletiba de 22/4. Domingo, é a chance de Guerrón “tentar matar essa porra aí”.

Tcheco
A oportunidade de fazer história está posta diante de Tcheco. Ele nunca perdeu uma partida de Campeonato Paranaense pelo Coritiba. Como o título alviverde só virá com vitória ou empate, Tcheco pode ser tricampeão estadual invicto. E no último jogo da carreira, conforme ele mesmo anunciou. Capitão do time, responsável pela ligação defesa-ataque e homem da bola parada, tem grande chance de ser autor ou co-autor do gol do título. Só precisa controlar seu temperamento, para (sem qualquer comparação técnica) não encontrar um Materazzi pela frente no último jogo da sua carreira.

Gabriel Marques
A faixa aberta no meio da torcida, quarta-feira, em Sete Lagoas, mostrou que Gabriel Marques conquistou o coração rubro-negro. Na semana anterior, com o ombro direito luxado, voltou a campo na partida contra o Cruzeiro, na Vila Capanema, porque Carrasco já havia feito as três substituições. Gabriel não voltou apenas para fazer número. Correu, marcou, foi ao ataque, disputou bola pelo alto. Parecia ter cumprido sua missão do semestre. Até aparecer treinando normalmente com os companheiros nesta sexta-feira, com chances reais de ir a campo domingo. Com a carreira toda construída no Uruguai, Gabriel aprendeu rapidinho que “rubro-negro é quem tem raça”.

Publicidade

*****

Bati um papo sobre Atletiba com Fernando Rudnick e o doutor Airton Cordeiro. Confiram!

*****

Como me cobraram nos comentários do post anterior, repito sobre a arbitragem o mesmo que tuitei logo após o sorteio: Adriano Milczvski é fraco e vai fazer bobagem no clássico. Os dois lados vão sair reclamando dele.

*****

Publicidade

*****

Aviso aos navegantes: este blog estará devagar quase parando até o fim do jogo. O blogueiro, que sempre fica tenso na semana do clássico que o ensinou a amar o futebol, desta vez está calminho, calminho. Afinal, o que é um Atletiba perto da emoção de ser pai? Volto domingo, depois do jogo, direto do hospital, já com a Helena no colo. Um grande Atletiba a todos. E juízo. Não façam a mãe de vocês, no dia delas, ter que visitá-los no hospital ou na delegacia.