A correria da terça-feira nem deixou tempo para reproduzir a coluna publicada na Esportiva. Segue a parte principal dela, sobre o Atletiba. Lá no pé, depois dos asteriscos, faço um adendo. Não é a continuação da coluna, mas tem a ver com o clássico.
O Atletiba 350 foi um dos melhores dos últimos anos [Sim, aqui estava escrito Atlético 350. Sim, eu não revisei. Sim, eu mereci as trolladas nos comentários]. Times ofensivos, seis gols, belas defesas, bola na trave, placar em aberto até os 47 do segundo tempo e, sim, lances polêmicos. A repercussão entre os torcedores, porém, varreu os cinco primeiros itens para se agarrar apenas ao último.
Perdi a conta de quantos print screens vi espalhados pela internet desde a noite de domingo. Tira-teimas amadores ganhando ares científicos para provar que Anderson Aquino estava impedido no primeiro gol do Coritiba; que Anderson Aquino não estava impedido no primeiro gol do Coritiba; que Lincoln estava impedido no segundo gol do Coritiba; que Lincoln não estava impedido no segundo gol do Coritiba. Se uma imagem não bastasse para convencer, então que se despejassem mil palavras – quase todas de baixo nível – para mostrar ao interlocutor que só ele não queria ver a verdade. Caso não tenha ficado claro, friso: atitude de torcedores dos dois times.
A mesma argumentação construtiva foi imposta a mim por defender que os Atletibas finais sejam no Couto Pereira dividido. Algo feito na maior parte da história do clássico, solução que apoio desde bem antes de essa excrescência de clássico com torcida única ser desenterrada e posta em prática.
Não estou aqui pregando o pensamento único. O debate de ideias é a essência do jornalismo de opinião, desde que seja exatamente isso, um debate de ideias, não uma troca de agressões. Os torcedores de futebol (muitos, mas felizmente não todos) atingiram um tal estado de histeria que desfrutar de um grande jogo de bola (tivemos um domingo em Curitiba) ou mesmo exaltar o seu próprio time deixou de ser o mais importante. Vale mais pisar no pescoço do rival, apontar como ele é arrogante, ou como ele só ganha auxiliado pela arbitragem, ou dizer como todo mundo que critica o seu time e discorda das suas ideias é porque está torcendo contra, é vendido, etc.
Torcedores desaprenderam a torcer. E isso está matando o futebol.
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Para alguns não ficou claro, então repito e explico minha opinião sobre o lance do gol de Éverton Ribeiro. Eu estava no estádio domingo. Sem replay, mas com uma visão do campo que a TV não exibe. Anderson Aquino arrancou antes mesmo de a bola chegar a Jonas. Quando Jonas dá o chutão, ele já está em velocidade e passa pelo penúltimo jogador do Atlético. Deixando claro: quando Jonas bate na bola, Anderson Aquino está em condição legal. Foi a nítida impressão que eu tive no estádio, vendo o jogo. E é com essa mesma impressão imediata que o bandeira decide se marca ou não impedimento. Ele não tem replay ou tira-teima, nem pode olhar na timeline do Facebook e curtir algum print screen captado com alta definição.
Em casa vi o lance novamente. O ângulo da TV não enquadra Jonas e Anderson Aquino juntos. Pelo contrário, a imagem, do jeito que é mostrada, permite, sim, achar que Aquino estava impedido. Sentado no sofá de casa eu diria que ele estava impedido. Mas como vi o lance no estádio, com todo mundo no mesmo quadro, repito: lance legal, acertou Braatz, gol legal. Ok?
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