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Do 4-3-3 ao 4-1-4-1, o Coritiba versão 2013
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Quem sobreviveu à sonolência dos 90 e poucos minutos de Operário 0 x 0 Coritiba, pôde conhecer a proposta tática do time para este ano. A forma como Marquinhos Santos dispôs a equipe reserva é a mesma que ele pretende implantar quando Alex, Deivid, Bottinelli e os demais titulares estiverem em campo. Funcionou? Não funcionou? Tem futuro? Desce a barra de rolagem que eu explico.

Com a bola, um 4-3-3


Isso mesmo, o velho 4-3-3. Dois pontas, uma volante, dois meias, laterais se alternando no apoio. Demorou a dar certo no Germano Krüger por causa de um problema herdado da temporada passada: a saída de bola. Júnior Urso e Chico (esse como zagueiro) não têm o dom da transição eficiente e, pelo jeito, não incluíram na cartinha para o Papai Noel a capacidade de acertar passes com mais de 5 metros de distância. Some-se a isso um Operário que começou a mil por hora e tivemos um Coritiba que tomava a bola e devolvia para o adversário. Tomou pressão no começo.

Logo o problema foi corrigido. Primeiro, o Operário perdeu ímpeto. Segundo, Djair e Robinho recuaram um pouco para socorrer Urso e fazer a bola chegar ao ataque. Primão dava continuidade às jogadas de ataque; Ruidíaz, não — o peruano tem pernas muito mais ágeis que o cérebro; quando ele vai pensar o que fazer, a bola já foi embora.

Primão, aliás, foi o ponta que melhor funcionou. No primeiro tempo, ao cair pelo lado direito, fez as melhores jogadas de ataque do time, em combinação com Gil e Robinho, nas costas de Fabinho. No segundo tempo repetiu a dose do lado esquerdo, com o auxílio de Eltinho, que cresceu no jogo, e um dois meias: ora Djair, ora Robinho, ora José Rafael.

O que faltou para sair o gol? Um centroavante. O esquema depende de um homem-gol para funcionar. Será Deivid no time titular, seria Arthur caso seu registro tivesse saído, foi Rafhael Lucas até os 34 do primeiro tempo, quando o camisa 9 torceu o joelho.

Sem a bola, um 4-1-4-1


Para se defender, um sistema mais moderno. Em Ponta Grossa deu certo. Ruidíaz e Thiago Primão voltaram obedientemente para compor a linha mais avançada de quatro jogadores. Ali o Coritiba matava a saída de bola do Operário, impedia que Maiquinho, Rone Dias e Thiago Augusto fossem acionados. Mais do que isso, Ruidíaz e Thiago Primão voltavam a todo momento com o lateral adversário, em uma recomposição vista várias vezes no ano passado com Rafinha e Everton Ribeiro.

O calo esteve na defesa. Eltinho não é bom marcador. Chico é lento. Quando o Operário conseguia sair em velocidade e furar a linha, chegava com alguma facilidade pelo lado direito do ataque. Do outro lado, com Gil, a defesa funcionava melhor.

E com o time titular?
Essa é a pergunta premiada do Coritiba nessa temporada. Com a bola no pé, não há muita dúvida de que Lincoln e, principalmente, Alex têm capacidade para municiar os “pontas” Rafinha e Bottinelli, que podem fazer o mesmo com Deivid. O busílis está na recomposição.

Rafinha já cansou de voltar até a defesa marcando lateral. Bottinelli, em tese, pode fazer o mesmo com igual competência. Júlio César, idem. A dúvida maior está em Lincoln e Alex. Eles suportam, em um calendário puxado, fazer essa volta o jogo inteiro, muitas vezes tendo de encostar no volante para fazer a marcação, receber a bola e armar o ataque?

Em menor escala, há um problema nas laterais. Victor Ferraz, Patric, Dênis e Eltinho são muito melhor no apoio que na marcação. Evoluir nesse segundo ponto será fundamental para o Coritiba ter uma primeira linha de quatro sólida na marcação.

São dúvidas que Marquinhos Santos vai tirar somente com o decorrer dos jogos. E não há competição mais adequada que o Paranaense para testar um esquema mais ofensivo.

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