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Edson Bastos não é mais jogador do Coritiba. Acertou com a Ponte Preta, deixa o Alto da Glória após cinco anos (chegou ao clube em maio de 2007). Seu nome fica definitivamente na história coxa-branca.

Nestes cinco anos, não houve emoção que Edson Bastos não tenha vivido no clube. Subiu no Brasileiro como campeão, ameaçou a histórica série de Jairo sem sofrer gols, foi campeão estadual dentro da Arena, caiu no centenário, foi campeão estadual mais uma vez, subiu de novo no Brasileiro como campeão, ganhou o bi estadual novamente na Arena, ajudou a construir a série de 24 vitórias, chegou à final da Copa do Brasil, sentiu mais do que qualquer outro jogador a perda do título para o Vasco, colaborou com apenas uma atuação para o tri paranaense.

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O impulso é dizer que Edson Bastos merecia um fim melhor dentro do Coritiba. Merecia se despedir jogando, dando volta olímpica, fazendo mais algumas defesas importantes. A saída discreta, à francesa, porém, é mais a cara do goleiro. Edson Bastos foi líder como poucos do elenco coxa-branca nos últimos cinco anos. Uma liderança natural, firme, incontestável, capaz de manter o grupo unido de fato mesmo nos momentos mais complicados. Tudo isso sem atacar ninguém em público, sem causar polêmica desnecessária, sem desrespeitar companheiros, adversários, torcedores ou quem quer que fosse.

Edson Bastos merece a chance de ir para outro clube e voltar a jogar com regularidade. Seu ciclo como jogador do Coritiba acabou, mas não como ídolo. Dia 7 de outubro, quando a Ponte Preta for ao Couto Pereira, o torcedor coxa-branca deve saber que haverá um ídolo do clube no gol adversário. E se você tem como última imagem de Edson Bastos pelo Coritiba a falha diante do Vasco, lembre-se que pouco depois ele fez uma atuação soberba contra o Santos, na Vila Belmiro, com pênalti defendido e tudo mais. Edson Bastos serviu o Coritiba muito mais como aquele que parou Borges do que o que foi vencido por Éder Luís.

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Reproduzo uma coluna que escrevi dia 10 de junho do ano passado, sobre Édson Bastos, no calor da perda da Copa do Brasil.

O apito final de Coritiba x Vasco vai demorar a soar para Édson Bastos. A assumida falha do goleiro teve grande peso na definição do título, mas não pode manchar uma história belíssima, de quatro anos e grandes serviços prestados com a camisa coxa-branca.

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Édson Bastos viveu absolutamente de tudo neste período no Alto da Glória. Recordes pessoais e coletivos, títulos, fracassos, voltas por cima. Lembro que no co­­meço do ano passado o nome do camisa 1 aparecia em uma lista não oficial de jogadores que o Coxa aceitaria abrir mão por causa dos altos salários. Na mesma situação estavam Pereira, Marcos Aurélio e Jéci. Todos ficaram e viraram líderes da recuperação do Coritiba.

Édson Bastos sempre fez ques­­tão de dizer que era coxa-branca desde criança, e só fez se tornar mais coxa ao longo destes quatro anos. Se fosse diferente, não teria aliado a coragem que toma os goleiros em momentos extremos de ir à área adversária tentar cabecear com a expressão atônita de quem via um título tão desejado escapar.

A cara de Édson Bastos na área vascaína era a mesma de cada um dos mais de 30 mil coxas no Couto Pe­­reira. Se não fos­­se exatamente como qualquer um deles, não teria chorado co­mo chorou no estacionamento do estádio. Nem feito um pedido de desculpas tão sincero, algo raro em um meio cheio de falsidade.

É uma baita ironia que a falha de Édson Bastos tenha ocorrido justamente contra o Vasco. Foi como jogador do Vasco que Bar­­bo­­sa foi convocado à Copa de 50. Aquela que no imaginário popular o Brasil perdeu por uma falha dele, Barbosa. Um dos maiores camisas 1 que a seleção brasileira já teve entrou para a história por um gol que sofreu e carregou essa cruz para sempre. Édson Bastos não pode virar um Bar­­bosa coxa-branca. Ou um novo Berg, para ficar em um exemplo caseiro. Pela trajetória e pela identificação que tem com o clube, ele merece uma história me­­lhor para contar.

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Sai Édson Bastos, Rafael Martins e Victor Brasil ficam mais próximos de receber uma chance – sem esquecer que Vanderlei dificilmente se machuca ou é suspenso. É uma renovação necessária no gol alviverde.

Ainda no mercado coxa-branca, Robinho, meia do Avaí, teve sua contratação confirmada. Dentro do esquema de Marcelo Oliveira, Robinho disputa espaço com Rafinha, Éverton Ribeiro, Éverton Costa, Renan Oliveira, Rafael Silva, Thiago Primão e, dependendo da situação, com Roberto e Anderson Aquino. Robinho é pior que Rafinha, Éverton Ribeiro e Roberto. Está no máximo no mesmo nível que Éverton Costa, Renan Oliveira e Aquino. Sua presença tira espaço de Rafael Silva, Primão e outros garotos. Pela quantidade, a contratação de Robinho só se justifica se alguém sair. Pela qualidade, não há defesa para a sua contratação.