O Paraná foi eliminado da Copa do Brasil há 20 dias, pelo Palmeiras. Naquela quarta-feira à noite, em Barueri, Ricardinho escalou o time mais ofensivo do ano. A peça mais recuada no meio-campo era Cambará, um volante com reconhecida capacidade de sair para o jogo. À frente, Packer e Wellington, dois armadores que também sabem marcar, e o veloz Luisinho. Todos com a missão de abastecer as referências Douglas Tanque e Nilson.
Hoje à noite, o Paraná recebe o América Mineiro, líder da Série B, com a formação mais conservadora da temporada. Packer e Wellington seguem no meio-campo, agora como as duas peças mais avançadas, responsáveis pela armação. Atrás deles, um par de volantes pegadores, Zé Luís e Ricardo Conceição. À frente, os velozes Luisinho e Arthur.
A transformação da equipe em 20 dias não tem relação direta com o resultado diante do Palmeiras. No dia seguinte àquela partida, Ricardinho disse ao jornalista Marcus Alves, repórter da Revista ESPN, que a opção por um meio-campo mais leve era circunstancial, pois os volantes que ele queria ainda não haviam chegado. Agora eles estão aí e Ricardinho monta, ao menos no meio, um time que deve ser a cara do Paraná na sequência da temporada.
Faço a referência apenas ao meio pois o ataque claramente segue em aberto. Ricardinho deu mais uma dura pública em Douglas Tanque e Nilson. Os dois estão devendo. Douglas fez quatro gols nos quatro primeiros jogos para, então, passar em branco os quatro seguintes. Nilson tem números igualmente modestos: dois jogos completos, sete parciais, três gols, três assistências. Pouco para quem está no time para fazer gols. E depende desses gols para voltar em alta aos clubes de origem.
Com os rápidos Luisinhos e Arthur – e aí será muito importante os “enfiadores de bola” Packer e Wellington estarem bem – o Paraná tentará abrir um dos adversários mais perigosos desta Série B.
Assisti aos dois jogos do América Mineiro e a impressão inicial é de que se trata de um time para brigar até o fim pelo acesso. A defesa é muito sólida. A dupla de zaga Gabriel e Éverton é experiente, boa pelo alto e no posicionamento. Gabriel gosta de sair com a bola dominada para o ataque. Quando isso acontece, o volante Dudu recua. Dudu e Leandro Ferreira protegem bem a zaga. Vale demais vigiar Rodriguinho, o craque do time. Contra o Ceará, no PV, ele fez o primeiro gol em um lance individual e começou a jogada do segundo, de contra-ataque. Também merecem cuidado os experientes Gilberto (Cruzeiro, Flamengo, Inter, Seleção), responsável pela transição defesa ataque, e Fábio Júnior (Cruzeiro, Roma, Seleção), ainda perigosíssimo dentro da área.
Ponto fraco? Bryan, o lateral-esquerdo, penou para marcar Apodi no PV. Jogar por ali com Luisinho e Paulo Henrique é uma boa maneira de chegar ao gol. Outra é apostar na velocidade e na bola no chão. Os poucos bons momentos do CRB na partida de sábado, no Independência, foram atuando dessa maneira.