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Marcos Malucelli durante entrevista coletiva, ontem à tarde, na Arena: quase três horas de desabafos

E Marcos Malucelli falou. Foram três horas de entrevista, em que o presidente falou absolutamente sobre tudo na sua gestão e fez muitas críticas a Mário Celso Petraglia. Deu explicações sobre a contratação de Morro García, assunto ao qual vou me prender neste post.

Segundo Malucelli, ficou acertado o pagamento de US$ 6,2 milhões pelo jogador. São US$ 4,4 milhões ao Nacional, como já foi amplamente noticiado, e US$ 1,8 milhão para a empresa de Daniel Fonseca. Não na forma de comissão, mas como pagamento de parte dos direitos federativos. A empresa de Fonseca era parceira do Nacional nos direitos de García. Algo como um clube adquirir um jogador do Coritiba ligado à L.A. Sports e fazer a parte proporcional do pagamento em nome do Luiz Alberto Oliveira.

Diante deste cenário, se resta alguma contestação a ser feita é se Morro García valia tudo isso. E não me refiro ao futebol que o uruguaio não apresentou na Baixada, fazer essa análise posterior é fácil. Clubes europeus, mesmo os mais endinheirados, só gastam uma quantia dessas em jogadores de 20 anos se têm muita certeza de que têm joias nas mãos. E muitas vezes erram.

No futebol brasileiro, um investimento desse porte, além de raro, é um risco tremendo. A receita dos clubes não comporta tal extravagância e as categorias de base costumam oferecer opções tão boas ou melhores por um preço bem menor. Quando a vinda de Morro começou a ser cogitada e os primeiros valores foram noticiados pela imprensa uruguaia, escrevi que contratar um atacante como ele por US$ 4,5 milhões (somando direitos federativos, luvas e salário do vínculo inteiro) era um bom negócio; o clube trazia um atacante promissor e não teria dificuldade para empatar o valor investido caso o renegociasse, por exemplo, em dois anos.

Agora, a conta inicial é maior, seis meses já foram perdidos e o ambiente para o atacante é o pior possível – e só se agravará caso Petraglia vença a eleição e faça o que tem prometido fazer. Tudo isso aumenta a chance de, ao fim da sua passagem pela Baixada, Morro García ser verdadeiramente o caríssimo mico que se desenhou nestes seis meses.

Se a coletiva de Malucelli nesta terça-feira indica que não houve má-fé na aquisição de Morro García, ela também escancara o erro de avaliação que fez o Atlético supervalorizar um jogador promissor, mas que não valia US$ 6,2 milhões. Em um ano de tantos erros no futebol rubro-negro, a contratação do uruguaio foi o mais caro e eloquente de todos eles.

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Se Malucelli se dispôs a explicar a contratação de Morro García, o mesmo não foi feito sobre as negociações de Lucas e Alberto, desconstruídas na Gazeta do Povo de ontem. Ademir Adur, presidente da época, nem os integrantes do colegiado se manifestaram a respeito. Apenas a CAPGigante soltou uma nota catastrófica, em defesa de Petraglia. Gastou linhas e linhas para atacar o jornal, com bobagens do tipo “é um velho inimigo das causas rubro-negras” ou “porque lutam com unhas e dentes contra..” zzzzzzzzz

Enfim, as perguntas que realmente precisam ser respondidas seguem no vácuo:
– Por que o Atlético aceitou que seus jogadores fossem vendidos ao Rentistas antes de serem revendidos para o exterior por um valor maior?
– Quem autorizou essa operação?
– Quais membros do colegiado tinham ciência?
– Por que concordaram?
– Por que Petraglia, que sempre se vangloriou da venda de Lucas por US$ 21 milhões, agora vem falar, por meio do seu site, em retorno de US$ 10 milhões com as vendas de Lucas e Alberto?

Seguimos, pacientemente, à espera das respostas que realmente ajudarão a esclarecer o caso.

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