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Fim do Arapongas é retrato do futebol do interior
| Foto:
Roberto Custódio/Jornal de Londrina

O Arapongas encerrará as atividades após o Campeonato Paranaense. Deixem-me ser mais específico. O Arapongas, clube do interior que nos últimos anos fez a mais completa preparação para o Estadual; campeão do interior em 2012; representante do Paraná, ao lado do Cianorte, na última Série D; classificado para a Copa do Brasil deste ano encerrará as atividades logo após o Campeonato Paranaense.

A retirada do Arapongão diz muito sobre o futebol feito no interior do Brasil. Se um clube conhecido por sua boa estrutura e organização – para os padrões do interior – larga os betes por falta de dinheiro, imagine a grande maioria que vive cambaleando.

Outro aspecto relevante. O fim do Arapongas não acontece por uma decisão de Conselho Deliberativo, torcedores, associados ou o quer que seja. A decisão é de um homem só, Adir Leme, dono do clube desde 2007. Antes Adir havia passado pelo Londrina. Ficou pouco tempo no Café.

No Arapongas fez um bom trabalho. Montou times fortes. O que era um bom negócio foi deixando de ser lucrativo, até acumular uma dívida de R$ 1 milhão, cuja perspectiva é só aumentar. Como qualquer um de nós faria, cortará o problema pela raiz. Vai cumprir os compromissos agendados (Paranaense e Copa do Brasil), investir em outro negócio mais lucrativo e, pluf!, morre mais um clube.

Esse é o futebol do interior hoje. Um futebol que vive de donos. Um mecenas que torra o dinheiro da família ou, mais comum, um empresário que vê ali uma chance de ganhar dinheiro rápido. Clubes do interior são zumbis que em diversos estados – o nosso é um deles – estão puxando os grandes para a cova.

Como se já não faltassem motivos, o fim anunciado do Arapongas deve desencadear uma reflexão sobre o futebol nos estados. A convivência entre grandes e pequenos deve ser mínima e altamente seletiva, sob o risco de todos se afundarem cada vez mais.

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